Deputados falam sobre expectativa da reforma política no Senado 

Na segunda semana de julho, a Câmara dos Deputados vai votar, em segundo turno, a reforma política. Após essa votação, o projeto segue para apreciação no Senado, onde deve ser votada em dois turnos. Sem expectativas de mudanças na proposta aprovada em primeiro turno, na semana passada pelos deputados, os deputados comunistas Orlando Silva (SP) e Daniel Almeida (BA), torcem para que haja avanços na proposta na votação na casa revisora. 

Orlando denuncia risco de aprovação de “qualquer” reforma política - Agência Câmara

“Não acredito que haja mudanças no segundo turno porque foram maiorias sólidas, a votação mais dura foi a do financiamento de campanha e a manobra feita revela articulação que pouco sabemos as razões dela, mas nada me leva a crê que haverá mudança no âmbito da Câmara”, avalia Orlando Silva, manifestando esperança de que o Senado, que tem o papel institucional de ser a casa revisora, faça alterações no texto “no sentido de aperfeiçoar as barbeiragens que a Câmara aprovou.”

Ele disse ainda que a expectativa é que o Senado “mantenha o sentido geral do que foi aprovada na Câmara e espero que faça a correção do erro mais grave cometido pela Câmara que é a constitucionalização do financiamento privado das campanhas eleitorais.”

Para o parlamentar, “isso é um escárnio para a sociedade brasileira, que vive indignada com o nível de corrupção no país e a gente sabe da prosmicuidade entre empresas e política através do financiamento das campanhas eleitorais. Parece até uma provocação a sociedade que reclama da corrupção e nós constitucionalizamos o financiamento privado, que é ponto de partida da corrupção.”

Já o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), membro da comissão especial que tratou da reforma política, teme que o Senado piore o texto aprovado na Câmara. Ele lembra que, em março deste ano, os senadores aprovaram a proposta que acaba com as coligações nas eleições proporcionais, o que representa uma ameaça a pluralidade de representação no parlamento e à própria democracia.

Ele também demonstra preocupação sobre a validade das novas regras para as eleições de 2016. Se o Senado promover mudanças no texto, a proposta volta para nova votação na Câmara, estendendo a votação da reforma política por mais tempo. Para valer para as eleições do próximo ano, a proposta deve ser aprovada até outubro deste ano.