Vontade política é chave dos avanços cubanos na saúde pública

O ministro cubano de Saúde Pública, Roberto Morales, afirmou, nesta terça-feira (29), que a vontade política e o compromisso governamental com o bem-estar da população explicam os sucessos da ilha no setor.

Maternidade cubana

“Tudo que conseguimos foi possível, em primeiro lugar, por nosso sistema social e porque existe uma constante e inequívoca vontade política desde o mais alto nível”, sublinhou em uma coletiva de imprensa onde a Organização Pan-americana de Saúde (OPS) declarou Cuba como o primeiro país do planeta a eliminar a transmissão de HIV/Aids e sífilis de mãe para filho.

Nesse sentido, disse que na década de 1960 foi constituído o Sistema Nacional de Saúde, com o propósito de oferecer atenção gratuita e integral a 100 por cento dos cubanos, independentemente de residirem no campo ou na cidade.

De acordo com o ministro, só esse cenário torna possível que "um país com escassos recursos financeiros e sob difíceis condições tenha podido garantir o direito à saúde e ao bem-estar de todo um povo, por quase 57 anos".

Em sua intervenção, Morales destacou também o trabalho, a dedicação e o compromisso dos mais de 500 mil trabalhadores do setor na maior das Antilhas e a participação da sociedade civil organizada.

Além disso, assinalou que a ilha tem total disposição de compartilhar suas experiências e resultados, para que outras nações da região atinjam o objetivo traçado há cinco anos de eliminar a transmissão materno-infantil de HIV/Aids e de sífilis nas Américas.

A OPS, entidade fundada em 1902 que atua como escritório regional da Organização Mundial da Saúde, anunciou a nova conquista cubana após um processo que incluiu a visita ao país caribenho -em março passado- de um comitê de especialistas independentes para comprovar os resultados.

Os regulamentos internacionais estabelecem que, para se alcançar esta meta, deve-se garantir que menos de duas crianças soropositivas nasçam por cada 100 mulheres com HIV/Aids que têm filhos, enquanto no caso da sífilis congênita, deve ser menos de 0,5 por cada mil nascimentos.

Morales expôs que desde os anos 70 do século passado, Cuba ativou um programa para o controle da sífilis congênita, que reduziu praticamente a zero a incidência desse problema.

"Nos últimos quatro anos tem oscilado entre zero e 0,04 por mil nascidos vivos", advertiu.

Com relação ao HIV/Aids, disse que as iniciativas para enfrentar a epidemia incluem a prevenção da transmissão materno-infantil, até conseguir levar nos últimos três anos a níveis iguais ou inferiores ao indicador.