PM agride manifestantes que cobravam o desaparecimento de Amarildo

Ativistas e familiares de Amarildo de Souza fizeram uma manifestação na tarde desta quarta-feira (22) na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, para marcar os dois anos do desaparecimento do pedreiro. No entanto, quando tentaram fechar a Auto-Estrada Lagoa-Barra foram agredidos pela PM.

Manifestação Amarildo - Fernando Frazão/Agência Brasil

A viúva de Amarildo, Elisabete Gomes da Silva, ficou indignada com a ação da polícia e perguntava, aos gritos, onde estava seu marido. “Dois anos se foram, e são dois anos que não temos resposta. A gente não sabe onde está Amarildo. Eu quero que eles paguem pelos erros que fizeram. Destruíram minha família. Cadê o cadáver de Amarildo? Eu quero respostas sobre onde estão os restos mortais de meu marido”, desabafou.

O filho de Amarildo, Emerson Gomes da Silva, disse que a família sofre sem poder dar um enterro digno ao pedreiro, que sumiu no dia 14 de julho de 2013, depois de ser levado por policiais militares para a base da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), no alto da favela. “Até hoje a família está angustiada, sem ter os restos mortais dele. Quero achar o corpo do meu pai, porque eles sabem onde está”, acredita.

Após cerca de dez minutos de confrontos entre PMs e manifestantes, uma parte da via foi liberada ao trânsito, que seguiu em meia pista. Durante a confusão, um dos policiais tentou arrancar uma faixa de protesto das mãos dos manifestantes. Outros policiais tentaram algemar um dos ativistas, mas foram impedidos. O ex-comandante da UPP, major Edson Santos, e 24 policiais ainda aguardam julgamento. Eles foram indiciados por tortura, ocultação de cadáver, fraude processual e formação de quadrilha pelo sumiço do pedreiro.