Maduro denuncia ataque golpista contra o governo Dilma

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse em programa nacional de rádio que o Brasil está sob “ameaças de golpe de Estado” e voltou a denunciar as tentativas de desestabilização dos governos ditos de esquerda na América Latina.

Dilma e Maduro - Foto: Blog do Planalto

“Se se atrevem a se meter com o Brasil, o que será do resto?”, questionou, referindo-se aos interesses por trás da pauta do impeachment contra a Presidenta Dilma Rousseff.

Citando também os governos de Evo Morales, na Bolívia, de Rafael Correa, no Equador, e o seu próprio governo na Venezuela, Maduro fez críticas aos EUA e disse que “os movimentos revolucionários e progressistas da América Latina” são alvo de ataques golpistas orquestrados por setores das oligarquia e da ultradireita.

Neste sentido, o líder venezuelano defendeu a legitimidade democrática de Dilma e disse ainda que o ex-presidente Lula “levou o Brasil ao melhor nível de desenvolvimento de sua história”.

Não é a primeira vez que o governo venezuelano dispara denúncias contra supostos esquemas conspiratórios articulados pelos EUA e pelos partidos de direita na América Latina. No final de junho, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello, acusou o partido de oposição venezuelano Primero Justicia de patrocinar a organização de protestos no Equador para desestabilizar e derrubar o governo de Correa.

Alguns dias antes, o presidente equatoriano apresentou centenas de vídeos gravados no interior de ônibus públicos de seu país para embasar a denúncia de que “reacionários venezuelanos” haviam sido infiltrados no Equador como parte de uma “conspiração em marcha com apoio internacional”, forjada pela oposição contra o seu governo, bem como contra o de Nicolás Maduro. Nas gravações, homens aparecem gritando contra o governo venezuelano e exortando os equatorianos a irem às ruas “para não se transformarem na Venezuela”.

Nesta quinta-feira (13), está prevista uma greve nacional convocada por organizações sindicais alinhadas à oposição de direita no Equador, segundo informou a rede TeleSUR. O presidente Rafael Correa defendeu o direito às manifestações, mas advertiu que os organizadores do protesto carecem de legitimidade e têm interesses em desestabilizar o país para tentar um golpe de Estado.

Ele afirma que a direita liderada por interesses internacionais conspira para “gerar medo e criar agitação social” no país, usando como desculpa os projetos governamentais de impostos sobre herança e rendimentos de capital, necessários para promover a igualdade e a distribuição de renda no Equador. No Twitter, Correa mandou um aviso aos golpistas:

"Agora, essas elites arrogantes e pretensiosas, acostumadas a remover governos, pretendem voltar ao passado. Como é fácil destruir, quão difícil é construir! Todos devemos reagir e demonstremos nossa indignação e rejeição ao passado. Os cidadãos são aqueles que têm de proteger as estradas, as obras públicas, tudo o que foi conseguido. Trabalhemos com mais amor à Pátria na quinta-feira e digamos aos do passado, 'já basta!'. 'O passado, nunca mais!'. Este Equador, ninguém pode pará-lo".