Ato em BH reafirma solidariedade e pede o fim do conflito na Síria

O embaixador da República Árabe da Síria, Ghassan Nseir, participou nesta segunda-feira (28), em Belo Horizonte, a convite do deputado federal, Wadson Ribeiro, do Encontro em Solidariedade ao Povo Sírio. A atividade, realizada na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG), discutiu a situação do conflito na Síria — patrocinada por potências imperialistas — e a atual crise humanitária agravada pela ação do Estado Islâmico na região.

Participaram do evento a deputada federal, Jô Moraes; a presidenta nacional do Cebrapaz, Socorro Gomes; o cônsul da Síria em MG, Emir Cadar; o padre George Rateb Massis, da Arquidiocese de Belo Horizonte; o secretário de Relações Internacionais do estado de MG, Rodrigo Perpétuo; o vereador Gilson Reis; Carlos Calazans, da direção do PT-MG; além de representes da Força Tarefa para Receber e Auxiliar Refugiados e dos movimentos sociais da capital mineira.

O deputado Wadson — que preside a Frente Parlamentar Brasil-Países Árabes, na Câmara Federal — defendeu a autodeterminação e a soberania da Síria. Ele enfatizou a criminosa atuação de potências imperialistas que financiam grupos mercenários que atuam no oriente médio com o objetivo de desestabilizar diversos governos da região.

O parlamentar mineiro afirmou ainda a necessidade do posicionamento do Estado brasileiro em busca de uma solução definitiva para o conflito que se estende desde 2011 e que, segundo dados de organizações internacionais, já vitimou mais de 240 mil pessoas.

O embaixador sírio denunciou que, assim como aconteceu na Líbia, no Paquistão e no Iraque, o conflito no país é financiado pelos Estados Unidos e outras potências internacionais. “Onde eles entram deixam o problema maior”. O Estado sírio é historicamente reconhecido por intermediar acordos de paz na região do Oriente Médio e pela defesa da Palestina. “Querem destruir a nossa aliança com os palestinos, por isso patrocinaram terroristas e enviaram armas”.

Ainda segundo ele, as mesmas nações que hoje se dizem ‘solidárias’ aos mais de quatro milhões de refugiados sírios espalhados por todo o mundo são responsáveis pelo conflito. “Hoje, essas mesmas forças fazem o discurso hipócrita, mostrando as lágrimas dos refugiados”, disse.

Ghassan Nseir pediu ainda que o apoio do Brasil não se restrinja apenas ao acolhimento aos refugiados, mas também na busca pela solução pacífica do conflito. “O povo brasileiro precisa saber disso e ficar atento. A melhor ajuda que o Brasil pode dar à Síria é nos apoiar para acabar com o estado de terror. O melhor lugar para os sírios é na Síria.”

A presidenta do Cebrapaz, Socorro Gomes — que já esteve na Síria por três vezes em viagens oficiais de solidariedade — reforçou a natureza pacífica do país. Segundo ela, o respeito às mais diversas tradições religiosas e culturais são uma característica do povo sírio que hoje sofre a criminosa intervenção de outras nações. “Não somos nós que devemos dizer qual é a política que este ou aquele país deve seguir. Precisamos defender a soberania da Síria e de seu povo”.

O presidente do SJPMG, Kerison Lopes, lembrou os 70 anos do Sindicato dos Jornalistas, completados no dia 6 de setembro, e sua tradição de luta pela paz. “Defender a paz na Síria é apoiar o povo sírio para que derrote o terrorismo financiado pelo imperialismo norte-americano”, disse.

Para a deputada Jô Moraes — presidenta da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, da Câmara Federal — o parlamento brasileiro deve se somar com mais ênfase às milhares de vozes em todo mundo que buscam a paz na região. Ela saudou ainda a iniciativa da Força Tarefa que tem prestado apoio aos refugiados da capital. Apenas em 2015, Belo Horizonte recebeu 78 sírios.

Por Mariana Viel, da assessoria do dep. Wadson Ribeiro