Rui Falcão defende redução dos juros e aumento do crédito

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada neste domingo (18), o presidente Nacional do PT, Rui Falcão, defendeu mudanças na atual política econômica do governo para garantir a retomada do desenvolvimento. Ele afirma que a economia precisa de maior crédito para investimentos e consumo para impulsionar a retomada do crescimento.

Rui Falcão presiente do PT

“Precisamos devolver esperança para a população”, afirmou Rui, que criticou a estratégia usada pela equipe econômica do governo para controlar a inflação, com alta taxa de juros e “contenção exagerada do crédito”.

“É importante mudar a política econômica. É preciso que se libere crédito para investimento, para consumo. É uma forma de fazer a economia rodar”, justificou.

Rui Falcão ressaltou também a preocupação da presidenta Dilma Rousseff com a geração de emprego e “manutenção dos ganhos de renda”.

“Ela está preocupada com a crise política. Quer estabilidade para fazer o país voltar a crescer. E a preocupação dela é com emprego, manutenção dos ganhos de renda”, reforçou.

Rui Falcão salientou, no entanto, que a liberação de crédito deve ser feita "com responsabilidade”. “Há mecanismos para isso, desde crédito consignado, eventualmente mexer com o compulsório dos bancos para que os bancos privados possam liberar crédito. Mas é impressão minha, ela não disse isso”, apontou.

Falcão também comentou as agressões que o PT vem sofrendo pelo clima gerado pela polarização política. Ele disse que é “inadmissível” conviver com esse “clima de ódio e intolerância”.

“Com ou sem autocrítica, nada justifica o ódio e a intolerância. Temos feito autocrítica, sim. O PT não deveria ter enveredado pelo financiamento empresarial, porque nos igualamos aos outros partidos. Não podemos ficar exclusivamente na disputa eleitoral. Ninguém combateu a corrupção como nós, avaliou.

Sobre as denúncias contra o presidente da C^mara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o presidente do PT rebateu o factoide de que o partido teria feito um acordo para evitar processo contra ele no Conselho de Ética.

“Quem tem acordo declarado com ele, fotografado e reconhecido, é a oposição”, refutou.

“Ele é o presidente da Câmara até segunda ordem. Tem que haver uma relação institucional. Isso não significa blindar investigação”, completou, ao dizer que a situação de Cunha “está cada vez mais insustentável.