Augusta Brito: Precisamos diminuir essa incerteza

Por *Augusta Brito

A vida não para, e as pessoas não têm como juntar pedaços. A correria em que se vive não permite também uma análise mais consistente sobre a questão das pessoas desaparecidas. Uma realidade vivenciada por muitos que convivem com o drama da separação.

Segundo informações do Centro de Referência Especializada em Assistência Social (Creas), ligado à Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS), no ano de 2013 foram 120, saltando para 141 pessoas, entre crianças, adolescentes, adultos e idosos em 2014, o que representa um aumento de 17,5%. Fico a imaginar o vazio das famílias, que dormem e acordam com essa incerteza. “Será que estão vivos? Eu os verei novamente?”

A sensação do vazio faz estragos profundos, leva às lágrimas mães, pais, irmãos, todos os familiares. Diante da falta de informação, a angústia domina a razão e o desânimo se apodera dos envolvidos. Um quadro pintado com cores tristes, sem brilho, pendurado friamente na parede de cada lar. Não poderia como parlamentar ficar insensível diante dessa dura realidade. Uma busca incansável na ânsia de entender as razões do desaparecimento.

Precisamos aprofundar essa discussão junto com todas as instituições envolvidas, analisar causas e efeitos. Consolidar ações que possam distensionar esse grave problema social. Depois de ver diariamente nos jornais fotos e depoimentos pela televisão, fiz um Projeto de Indicação nº 138/2015, aprovado na Assembleia Legislativa, que “institui a política estadual de busca de pessoas desaparecidas e cria banco de dados de pessoas desaparecidas”.

Espero que este Projeto, hoje de Indicação, possa ser transformado em Projeto de Lei e, assim, contribuir para diminuir esta estatística tão dolorosa e as famílias terem respostas mais rápidas sobre o paradeiro de seus desaparecidos.

*Augusta Brito é deputada estadual (PCdoB) e presidente da Comissão da Juventude da Assembleia Legislativa

Fonte: O Povo

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