A crise é global: OCDE reduz previsões de crescimento mundial

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) avalia que a economia global está vivendo uma desaceleração. Por isso, reduziu nesta segunda (9) suas previsões de crescimento mundial. A previsão do órgão é de que o mundo vá crescer apenas 2,9% este ano, o pior resultado do último período. O anúncio ajuda a desconstruir o discurso da oposição e da mídia brasileiras, que tentam omitir do debate o contexto internacional, para fazer crer que a crise econômica no país é exceção.

crescimento mundial

A previsão anterior da OCDE para 2015 era de 3,0%. A organização também reviu as estimativas para o ano que vem. Se antes, vislumbrava um crescimento de 3,6%, agora corrigiu sua projeção para 3,3%. Em 2017, espera-se uma ligeira aceleração, atingindo um crescimento de 3,6%, de acordo com o primeiro resultado para este ano entregue pela organização.

Catherine Mann, economista-chefe da OCDE, afirma na introdução do relatório sobre a conjuntura que "um comércio sólido e o crescimento mundial vão de mãos dadas", mas que, depois de alguns anos medíocres, os intercâmbios comerciais "parecem estagnados e, inclusive, declinaram desde o final de 2014".

O relatório cita a desaceleração da China como fator que afetou o comércio internacional, com repercussões especialmente em país exportadores de commodities, que se viram obrigados a reduzir seus preços devido à menor demanda por parte do gigante asiático. Foi o que aconteceu com o Brasil.

Apesar de tudo, a OCDE melhorou um pouco a previsão sobre a China, projetando um crescimento de 6,8% neste ano (contra 6,7% nas previsões de setembro). Para 2016, espera-se crescimento de6,5% e, em 2017, 6,2%. Será a primeira vez, desde o início do século, que a China terá crescimento inferior a 7%. Antes da crise de 2008-2009, o crescimento anual do PIB da China se aproximou de 10%. 

Em relação a outras grandes economias emergentes, a OCDE projeta que Brasil e Rússia vão se manter em recessão no próximo ano e somente voltarão a crescer em 2017. Em relação ao Brasil, o relatório cita ainda como causas das dificuldades econômicas o ajuste fiscal, a política monteária que coloca os juros do Brasil como os mais altos do mundo – sob o falso argumento de controlar a inflação – e a crise política alimentada pela oposição, que aposta no "quanto pior, melhor".

 "A recessão (no Brasil) deve continuar em 2016, devido ao ajuste fiscal necessário, ao aperto da política monetária para conter a inflação e à falta de confiança relacionada a incertezas políticas", avaliou a OCDE.