Fiel a Cunha, Paulinho manobra para ocupar vaga no Conselho de Ética

O deputado Wladimir Costa (SD-PA) apresentou nesta terça-feira (10), sua carta de renúncia como membro titular do Conselho de Ética da Câmara. Alegando motivo de saúde, o parlamentar não julgará o pedido de cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), por ter mentido na Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras sobre contas na Suíça.

Paulinho da Força e Cunha

De acordo com as regras do Conselho de Ética, os deputados que compõem o colegiado são eleitos e não podem ser substituídos por decisão partidária. A única exceção é quando há renúncia ou morte de um parlamentar. Nesses casos, o partido pode indicar um substituto.

A renúncia, portanto, foi uma manobra para dar lugar ao presidente da legenda, Paulo Pereira da Silva (SP), na comissão. Paulinho é aliado fiel Eduardo Cunha e não esconde que se o peemedebista cair “não tem impeachment”, pois isso, ele diz que não vai poupar esforços para “manter o apoio a ele porque nosso objetivo principal é derrubar a Dilma”.

Pronto a ocupar a vaga de advogado do diabo, Paulinho já havia anunciado na semana passada que ficará no lugar do colega de partido no conselho. Mas a indicação dele ainda não foi informada oficialmente.

O Conselho de Ética deve se reunir no dia 24 de novembro, quando o relator do processo de Cunha, deputado Fausto Pinato (PRB-SP), deverá apresentar um parecer preliminar apontando se o processo deve ou não continuar. Se aprovado o parecer pela continuidade, a defesa de Cunha terá até dez dias para entregar as suas alegações. O processo pode durar até 90 dias e resultar em absolvição, censura, suspensão ou até cassação do mandato.