Bolívia pressiona Chile para retomar diálogo sobre saída para o mar

Nesta quinta-feira (12), o presidente da Bolívia, Evo Morales, cobrou um posicionamento do governo do Chile para apresentar uma proposta formal por escrito sobre a questão da saída para o mar. O debate centenário está sob jurisdição da Corte Internacional de Justiça de Haia desde 2013.

Evo Morales - Ansur

Evo se pronunciou durante um ato de celebração de um novo aniversário das Forças Armadas Bolivianas, e falou sobre sua recente viagem oficial à Europa, se reuniu com chefes de estado que se posicionaram favoráveis à causa da Bolívia, entre eles o presidente da França, Froçois Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel.

“Depois de escutar o pedido por diálogo de alguns presidente da Europa, Chile disse que estamos com o diálogo (…), escutei com muita atenção as palavras de algumas autoridades do Chile que querem diálogo, que proponham uma escrita oficial com base nas propostas dos governos passados do Chile para que comecemos um diálogo”, incitou o presidente boliviano.

Segundo o presidente, o povo boliviano precisa de uma proposta oficial do Chile para que possa opinar formalmente soabre o assunto. “Mas só nos dizem verbalmente e temos a obrigação de informar o que aconteceu até agora”, explica Evo.

Recordou que durante a primeira gestão da presidenta chilena, Michelle Bachelet, o governo boliviano decidiu designar “delegados pessoais” para que analisassem uma possível resolução do tema do mar, na ocasião havia sido acordada com o Chile uma agenda de 13 pontos.

Evo conta ainda que solicitou ao Chile a oficialização de uma nota escrita sobre os avanços marítimos conquistados até aqui. Porém, o país vizinho não atendeu a este pedido por considerar que as conversas bilaterais eram “uma perda de tempo”.

“Estas ações nos obrigaram a recorrer à Haia, porque os chilenos abandonaram as últimas reuniões e agora aqui estão os resultados, estamos com a razão, com a justiça e com a verdade, e seguramente alguns conservadores do Chile seguem com seu lema ‘pela razão ou pela força’, mas neste novo milênio as coisas já não funcionam ‘pela razão ou pela força’, agora é “pela razão da força’”, afirmou Evo.

O presidente boliviano já afirmou, diversas vezes, ao governo chileno que a Bolívia não quer que a disputa seja resumia em um ganhador e um perdedor. “Mediante ao diálogo aberto, sincero e com propostas oficiais, possamos, com garantias, resolver este problema”, esclarece o presidente.

Neste sentido, propôs ao Chile debater o tema econômico para que ambos os países ganhem com a saída para o mar soberana. “Compartilhemos o pouco que todos temos, Chile com Bolívia e Bolívia com Chile, temos pedido aos organismos internacionais como a Caf, Cepal e Bid, para que possam fazer um estudo sobre a possibilidade de um dia a Bolívia voltar ao pacífico com soberania para provar como ganham todos: a Bolívia e o Chile”.