PCdoB reafirma compromisso com avanços em Porto Alegre e no país

Além disso, foram aprovadas moções de apoio ao PL 3369/15, do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), que institui o Estatuto da Família do Século 21; à Marcha das Vadias e às ocupações dos movimentos de luta por moradia, entre outras.

A conferência — batizada de Roberto Sum em homenagem ao dirigente comunista falecido no dia 14 de outubro — contou com a participação de diversas lideranças políticas e dos movimentos sociais, entre elas o secretário sindical do Comitê Central do PCdoB, Nivaldo Santana, a deputada estadual Manuela D’Ávila e o vereador do PDT, Delegado Cleiton.

Com poucas emendas apresentadas pelo plenário, a resolução política intitulada “Defender a democracia e a retomada do crescimento, combater o conservadorismo, transformar Porto Alegre”, trata da necessidade de fortalecer o partido e a luta contra o golpismo em nível nacional e os desafios dos comunistas em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul.

“O PCdoB destaca-se por seu posicionamento firme e corajoso, em defesa da democracia, articulou uma Frente Ampla no congresso nacional em defesa do mandato legítimo da presidenta Dilma, e a Frente Brasil popular, reunindo amplos setores dos movimentos sociais em defesa das conquistas do povo, da democracia e da retomada do crescimento econômico. Essas lutas, somadas à resistência às políticas retrógradas do governo Sartori  e das forças conservadoras são tarefas inadiáveis dos comunistas”, aponta a resolução.

No âmbito municipal, o documento coloca: “Nesse cenário de transição, defensiva tática e indefinições, faz-se necessário atuar com protagonismo e amplitude, tendo como centro a defesa da democracia, do desenvolvimento, o combate ao conservadorismo e a luta por mudanças para Porto Alegre. O projeto eleitoral de 2016 deve ser construído baseado nessas premissas, visando ampliar nosso espaço na Câmara de Vereadores e com protagonismo para que a cidade de Porto Alegre possa também experimentar um novo ciclo, baseado na participação popular, no direito à cidade e no reposicionamento estratégico para o desenvolvimento”.

Análise conjuntural

O dirigente nacional do PCdoB, Nivaldo Santana, destacou, em sua intervenção, que o país vive “uma das mais graves crises políticas de sua história”, com a presidenta Dilma Rousseff “sendo bombardeada, há 11 meses, por terra, mar e ar” por setores conservadores apoiados pela grande mídia e, inclusive, por agentes das instituições do Estado. “Esta é uma prática recorrente das elites que no atual momento reagem à quarta derrota consecutiva nas urnas de seu projeto político", explicou Santana.

“A verdade é que temos dois projetos antagônicos em disputa: um, popular e avançado, que busca a soberania e a integração latino-americana e o desenvolvimento nacional com distribuição de renda e inclusão social, enquanto o outro tenta, de todas as formas, reinstituir o neoliberalismo conservador que almeja ser a força caudatária do imperialismo”, constatou o dirigente.

Neste sentido, Santana destacou que operações como a Lava Jato e Zelotes têm sido usadas como “instrumentos de desestabilização do governo”, já que a “oposição não tem proposta, projeto nem liderança capazes de unificar seu próprio campo político”.

Para Santana, o PCdoB, unificado com setores de esquerda, avançados, progressistas e populares, tem condições de reverter este quadro de ofensiva. “O partido tem insistido na necessidade de trabalharmos uma frente ampla, como é a Frente Brasil Popular, com um núcleo avançado, para aglutinar o povo, os movimentos sociais para esta luta” e, assim, “descortinar novas perspectivas de desenvolvimento para o país”.

Pensar Porto Alegre

Na avaliação do presidente estadual em exercício, Adalberto Frasson, "o fato de o processo de conferência ter reunido mais de mil pessoas, num momento de tamanha criminalização da política e dos movimentos sociais, é muito animador e importante não apenas para o partido, mas para o povo. Nunca deixamos de lutar pela sociedade que almejamos, socialista, nem mesmo em momentos como a ditadura, e não vamos deixar agora”.

A deputada estadual Manuela D’Ávila, acompanhada de sua filha Laura, destacou que "o principal objetivo é pensar uma Porto Alegre mais humana, junto com a população, para construir a cidade que queremos. O momento de ofensiva conservadora que vivemos torna fundamental a participação de todos e todas, para fazermos a nossa cidade avançar com igualdade, justiça e desenvolvimento. Alguns compromissos são inadiáveis e melhorar a nossa cidade é um deles. Por isso, decidi vir na Conferência. Estar com o pessoal aqui, traz a força que precisamos para lutar por uma Porto Alegre mais humana”.

Ainda na condição de presidenta municipal do PCdoB, Titi Alvares destacou que “o momento atual é de reafirmarmos nossa identidade, de caminharmos com o máximo de amplitude para revertermos esta onda conservadora”, o que prescinde o “enraizamento de fortalecimento do PCdoB”.

A vereadora Jussara Cony, por sua vez, afirmou: "no cenário de Porto Alegre de hoje, ligado ao cenário estadual e nacional, sairemos dessa conferência com uma direção que solidifique a retomada histórica da construção partidária, o debate de ideias, a ligação com as massas construindo redutos partidários que estejam preparados para o que vier, da eleição à revolução, na busca ativa de novos companheiros e companheiras do campo popular”. 

Ao ser anunciado novo presidente municipal, Márcio Cabral destacou: “é com imenso orgulho que assumo esta tarefa e este desafio de contribuir para fortalecer o PCdoB e torná-lo cada vez maior no rumo do socialismo”.

Compuseram a mesa Vitor Martins, da UJS; Silvana Conti, do Simpa e da UNA-LGBT; Elis Regina, da Unegro; Néio Lúcio Pereira, militante do partido na área da saúde; André Coutinho, secretário municipal de Organização; o ex-deputado Raul Carrion e a presidenta da Uampa, Bruna Rodrigues, entre outras lideranças políticas e dos movimentos sociais que participaram da conferência.

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(PL)