Eleições 2016 são foco de análise do PCdoB-RS

Após a realização de sua 18ª Conferência Estadual, o PCdoB-RS divulgou documento no qual aponta os desafios do partido nas eleições de 2016. Leia a íntegra a seguir.

O PCdoB e as eleições de 2016

As eleições se darão num quadro de muitas indefinições presentes hoje. Pela primeira vez desde 2003, entretanto, se darão não sob o signo da continuidade, mas do mudancismo, por parte do eleitorado, somando a recusa à política com a eventual insatisfação com os atuais governantes.  Contraditoriamente, dada uma das medidas da mini reforma eleitoral, os atuais detentores de mandatos deverão ter vantagem relativa – por serem mais conhecidos – face à modificação da duração do programa de TV e ao encurtamento do período de campanha.

Não obstante, o caráter será de eleições locais, lidando com realidade mais próxima do cotidiano do eleitorado. A situação concreta dos governos (estaduais e municipais) durante 2016 serão muito determinantes, sem descontar o ambiente político nacional – mas não se vota a prefeitos pensando primariamente no governo federal. Daí que sempre existe grande disparidade de situações municipais e até regionais. 
 
Para o PCdoB, apesar das indefinições presentes neste momento e de tantos desafios impostos ao nosso campo político, as eleições de 2016 poderão representar um grande momento de afirmação de seu papel e identidade própria, fortalecendo e ampliando a ocupação de seu lugar político distintivo, acumulando a autoridade crescente que vem obtendo na lida com a presente crise política do país.

Nesse sentido, a eleição de 2016 está diretamente relacionada a 2018, mais especificamente, à retomada de uma bancada federal ampliada e no Senado. Mais que isso, se de fato há esgotamento de um ciclo político polarizado entre PT e PSDB e, segundo o desfecho da atual crise, outro vai ser gestado, o PCdoB precisa ter todas as alternativas postas para 2018, inclusive a de apresentação de uma candidatura presidencial própria.
 
Por isso, o PCdoB precisa se apresentar com força máxima em 2016, para disputar e ocupar seu lugar político eleitoral próprio num quadro de crise política, realçar sua identidade e a legenda 65, ampliar sua base social e eleitoral a um máximo das grandes cidades. Isso propõe lançamento audacioso de candidaturas majoritárias em grandes cidades, construindo desde já condições básicas para isso (alianças, apoios sociais e políticos, bases financeiras). 

Não obstante, a perspectiva de acumulação de forças em 2016 precisa se materializar em resultados eleitorais efetivos, não apenas em extensão de cidades que disputamos. Uma “política de resultados” precisa ser aplicada.

A melhor tática, neste momento, em geral, é manifestar a intenção de disputa majoritária – desde que dadas as condições básicas para isso – assegurando o lugar político do PCdoB de forma a posicionar o partido com mais força na relação com os aliados. Com base nisso, estabelecer mesas de diálogo com forças aliadas para debater alternativas de composição para a disputa.

As metas gerais serão as eleições de candidatos a prefeitos de nosso campo, e elevar o número de vereadores, sempre que possível com quociente eleitoral próprio. 

O eixo geral das alianças deve ser com os partidos da base de sustentação do governo, mas com grande flexibilidade para priorizar de fato os resultados próprios. As alianças municipais são sujeitas ao referendo dos comitês estaduais e, nos municípios prioritários do projeto nacional, à supervisão do Comitê Central.

A necessidade de cultivar um eleitorado próprio e fidelizá-lo, como linha permanente, aponta a necessidade de consolidar bases/redutos eleitorais. Nessa campanha é preciso voltar-se decididamente para os setores populares, que foram beneficiados pelas políticas dos três últimos governos, disputar a consciência dos trabalhadores, ao lado do voto dos setores democráticos e patrióticos, e pressupor maior enraizamento social do PCdoB. 

Isso exige uma campanha de caráter decididamente militante, de bases militantes organizadas e maior presença do trabalho voluntário. Exige articular o trabalho de todas as inserções institucionais que detemos, em prol dos resultados almejados. 

Desde já se deve atentar para novas formas de financiamento das campanhas, dada a proibição do financiamento empresarial, o que equaliza um pouco mais a disputa. Com iniciativa e criatividade, com caráter militante de massa e também de intensas relações políticas, deve se traçar um plano de financiamento das campanhas.

O eixo programático para embasar as plataformas de candidatos comunistas é muito importante para falar ao eleitorado e defender as políticas públicas ansiadas pelo povo, e terá papel decisivo na disputa do voto.

A primeira reunião da Direção Estadual deverá debater este tema e definir um calendário de preparação do partido para a eleição de 2016.

Comitê Estadual do PCdoB-RS