MP estuda ação judicial contra desmonte educacional tucano

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pode ajuizar uma ação judicial sobre o processo de reorganização escolar na rede paulista, que pretende fechar 92 escolas no estado e afetar 311 mil alunos. A movimentação de ocupação já atinge 213 escolas. Os estudantes criticam a falta de democracia estabelecida e o não diálogo do governador Alckmin com pais, alunos e professores.

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Em nota, o promotor João Paulo Faustinone e Silva, do Grupo Especial de Educação, informa que está analisando o decreto publicado nesta terça-feira (1º) pelo governo paulista que autoriza a transferência de professores para a implementar a reforma, além das informações colhidas no inquérito civil instaurado para apurar a reforma educacional. Silva diz que tomou a decisão ao constatar que o governo estadual vai levar adiante o projeto.

De acordo com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), 213 unidades foram tomadas por alunos para evitar o fechamento das escolas. A diretora do sindicato, Francisca Seixas, afirmou ao Portal Vermelho que o decreto do governo paulista que autoriza a transferência de professores para a implementar a reforma é mais uma demonstração de truculência do governo tucano. “O decreto só reafirma a falta de diálogo e intransigência, mesmo com toda a insatisfação popular que o plano de reorganização vem gerando.”

O promotor manifesta preocupação com as notícias de uso da força nas escolas ocupadas por estudantes que são contra a reorganização e diz que “analisa medidas que possam garantir solução para o conflito, evitando consequências mais gravosas”.

Secretário de Segurança de SP: "Não não houve excesso das autoridades"

Estudantes relatam cotidianamente o uso da força, abuso de autoridade e ameças por parte da polícia militar. Em menos de 24 horas, 6 jovens foram presos em manifestações pacíficas contra o plano privatista do governo de fechar as escolas. Apesar de fotos, vídeos e relatos que confirmam a truculência,  o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, defendeu a atuação da Polícia Militar para conter os estudantes. Para Moraes, a ação foi legítima e não houve excesso das autoridades.

No último dia 23, o Tribunal de Justiça de São Paulo indeferiu a liminar requerida pelo governo do estado para reintegração de posse das escolas ocupadas por estudantes, em protesto contra o fechamento de 92 unidades educacionais. Desde então, a Polícia Militar intensificou a truculência para tentar desmobilizar a ação dos estudantes.

Um ato público de professores que apoiam as mobilizações estudantis está ocorrendo na tarde desta quarta-feira (2), no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. Segundo a Apeoesp, que organiza o ato público, o objetivo é “denunciar os problemas que a chamada reorganização impõe à comunidade escolar”.