Vanessa destaca papel do Senado nas crises política e econômica
Ao final do ano em que a oposição, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e a crise econômica convulsionaram o país com a tentativa de golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB – AM) avalia que “as atividades legislativas, notadamente no Senado, foram importantes, seguidas e crescentes.” E destacou que na crise política, “o papel do Senado Federal tem sido muito importante, tem sido o papel do equilíbrio.”
Publicado 18/12/2015 15:02

“Ontem (durante apresentação do balanço do ano legislativo pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)), tive muito orgulho de aqui estar e de ver que existe uma parcela de parlamentares que tem compromisso não com seus interesses políticos pessoais, mas com a Nação”, disse a senadora em seu próprio discurso de balanço das atividades do ano que acaba.
“O Presidente Renan Calheiros é do mesmo Partido do Presidente Eduardo Cunha, que é do mesmo Partido do Vice-Presidente da República, mas tem deixado de lado suas questões partidárias para agir como Presidente de um Poder, que tem responsabilidade com o País, que jurou o cumprimento da Constituição brasileira, lembrando, inclusive, o envolvimento absurdo, condenável, do Congresso Nacional no golpe de 1964”, lembrou a parlamentar, em palavras elogiosas a Calheiros.
Apesar das dificuldades vividas no cenário político e econômico, a senadora destacou que esta semana, a última antes do recesso parlamentar e das festas de final de ano, foi muito boa. “As manifestações do povo brasileiro foram bem maiores do que as do domingo pelo golpe”, disse a senadora, acrescentando que “não adianta continuar com esse negócio de impeachment. A Presidenta Dilma tem um projeto importante para o Brasil; continuar o projeto aplicado pelo Presidente Lula, que não é um projeto perfeito, mas, pela primeira vez, depois de muito tempo, é um projeto que olha para a população brasileira.”
E criticou a oposição, que insiste “num impeachment fajuto, que, na realidade, é um golpe, insiste em parar o Brasil. Eles acham que farão golpe, e que o povo vai ficar de braço cruzado? Não vai, não! Não vai ficar, mesmo porque estamos nessa luta porque temos projetos políticos diferentes. O projeto deles é o do neoliberalismo; o nosso projeto é o do desenvolvimentismo, que olha a pessoa com a prioridade que ela deve ter.”
“Apesar de toda a crise, penso que fechamos o ano, no Senado, com o reconhecimento do povo. O Senado tem sido reconhecido pela população, pelas instituições, como a Casa do equilíbrio, a Casa da ponderação e, principalmente, como o guardião da Constituição”, avalia a senadora.
Disposição para 2016
“Tenho certeza de que, se tivermos disposição de continuar na luta, que não é de resistência, mas é uma luta pelo avanço, vamos conseguir superar esse momento e melhorar ainda mais em 2016, cujas previsões não são positivas, mas poderemos iniciar um período de melhora”, disse Grazziotin, em seus votos de final de ano aos parlamentares e ao povo brasileiro, a quem pediu o exercício da solidariedade.
“Que o Natal e o ano-novo sirvam pra essa reflexão; reflexão para que possamos, juntos, ajudar o nosso País a superar a crise”, pediu, insistindo em afirmar que “a oposição não tem compromisso com o povo nem com o Brasil. Tucanos, PSDB, o que querem é tão somente chegar ao poder e a qualquer custo. Mas, nós dizemos: no Brasil, não vai ter golpe.”
Crise econômica
Ela também destacou o papel do governo na busca de meios para superar a crise que é econômica. “Uma crise profunda, que não é novidade, já que o mundo inteiro vive um problema na economia desde o ano de 2008. E foram as medidas adotadas pelo Governo, sobretudo as medidas anticíclicas, que fizeram com que o Brasil passasse por esse período sem expressar índices negativos que outras economias e outros países do mundo expressaram.”
“Medidas no sentido não só de ampliar o crédito às grandes empresas, para que intensificassem seus processos produtivos, para que viabilizassem os seus investimentos, mas também de facilitação do crédito para o pequeno produtor, para o pequeno empresário e para as pessoas de modo geral. Então, essa foi uma medida importante adotada pelo Governo”, avalia a senadora.
Vanessa destacou ainda, como medidas importantes para fazer frente à crise econômica, a intensificação da política de incentivos fiscais. Nesse caso, segundo ela, a medida fez, por um lado, com que as empresas se dinamizassem, mas, por outro lado, que houvesse uma queda na arrecadação do Governo.
A terceira medida que o Governo adotou foi a de ampliação dos seus próprios investimentos nos programas sociais e nos programas de infraestrutura. “O Bolsa Família cresceu, o Minha Casa, Minha Vida cresceu, nasceu o Minha Casa Melhor. Enfim, foi exatamente devido a essas medidas, que o Brasil conseguiu segurar a sua economia”, afirmou.
Na avaliação da senadora, todas essas medidas provocaram queda da arrecadação, repercutindo negativamente na economia. Além disso, a senadora lembrou que a crise mundial persistiu, sem a recuperação das economias de países como Estados Unidos e China.
“Os países emergentes aprofundaram a sua crise, como é o caso da China, que é o maior parceiro econômico do Brasil hoje. Então, é óbvio que uma queda na economia da China para 7%, 6,5%, que crescia a índice superior aos dois dígitos, 10%, 11%, impacta não só aquele país, mas também o mundo inteiro, principalmente no momento em que a outra grande economia mundial, os Estados Unidos, ainda passa por um processo de crescimento”, disse, lembrando que a crise não interfere somente no desempenho do governo federal, mas também nos governos estaduais e municipais.
A senadora, que é também a Procuradora da Mulher no senado, anunciou, para o início do próximo ano, um balanço das atividades da Procuradoria das Mulheres. E adiantou que “nunca vivemos um momento tão positivo de unidade entre Deputadas Federais, Senadoras, mulheres brasileiras, no sentido de encaminhar a nossa luta.”