Evo Morales comemora dez anos de governo com cerimônia ancestral

O presidente da Bolívia, Evo Morales, participou nesta quinta-feira (21) de uma cerimônia ancestral indígena em agradecimento à Pachamama (Mãe Terra) pelos 10 anos de seu governo. O ato foi realizado em Tiahuanaco, no departamento de La Paz.

Cerimônia aymara com Evo Morales - MinComBolivia

A cerimônia iniciou com uma oferenda de agradecimento à Mãe Terra e um ritual que se faz para obter boa produção e boa sorte pessoa chamado Koa. Os ritos são dirigidos pelos “amautas”, considerados os homens sábios e devem ser feitos ao nascer do sol.

O presidente participou da cerimônia acompanhado de seu vice Álvaro García Linera. Ambos usaram a vestimenta tradicional aymara, um poncho e um gorro chamado de “chullo”.

Uma guarda indígena escoltou os mandatários até o templo de Kalasasaya, onde em 2006 fizeram os juramentos para administrar o país andino.

Nestes dez anos de governo a Bolívia avançou em questões econômicas, politicas e sociais de tal forma que em 2015 o país foi considerado o que teve o maior desenvolvimento dos últimos tempos em todo o continente.


Milhares de pessoas marcharam para receber o presidente na cerimônia | Foto: Ministério da Comunicação da Bolívia 

Aos amautas, que são consideradas autoridades aymaras no país, agradeceram a Evo e a Linera pelas conquistas populares. “Queremos dizer que nenhum governo nos abriu este caminho para o reconhecimento da folha da coca. Pelo contrário, condenavam a folha de coca. Com as mudanças desta gestão, fizeram com que fosse reconhecida no mundo inteiro”, afirmaram.

Conquistas de um governo de esquerda

Evo afirmou, em mensagem enviada na quarta-feira (20), que seu governo ousou enfrentar os 20 anos de políticas neoliberais aplicadas pelos partidos de direita subordinados aos interesses imperialistas. “Vamos fazer uma comparação de 20 anos de governo neoliberal e 10 anos de Estado Plurinacional”, disse o presidente em rede nacional.

No período de 1985 a 2005 os governos privatizaram empresas estratégicas e recurso naturais ampliando assim o poder do mercado e reduzindo a presença do Estado em detrimento da população mais pobre. Evo Morales assumiu a presidência em 2006 e rompeu com este ciclo que levou o país a uma aguda crise econômica. Durante sua gestão nacionalizou novamente empresas estratégicas e recurso naturais fundamentais, como os hidrocarbonetos. Desta forma foi possível desenvolver programas sociais capazes de redistribuir a renda e reduzir as desigualdades entre as classes.