Instituto no Equador terá cátedra “Julian Assange”

O Centro Internacional de Estudos Superiores de Comunicação Para a América Latina (Ciespal), criado pela Unesco no Equador, terá uma nova cátedra de Tecnopolítica e cultura digital chamada Julian Assange, em homenagem ao criador do Wikileaks, anunciou o diretor do centro, Francisco Sierra, nesta quinta-feira (18).

Julian Assange - Divulgação

Em coletiva de imprensa Sierra afirmou que “hoje mais do que nunca” a dependência dos países se dá não só na economia, mas também no campo da tecnologia da informação e por este motivo o país vai convocar um fórum social para abordar a democratização da internet.

“De algum modo a figura de Julián Assange sintetiza muitas dessas preocupações relacionadas à investigação e que a academia e, especialmente no Ciespal, queremos impulsionar com uma agenda que prioriza a investigação”, esclareceu.

Para Sierra, o “paradigma Wikileaks” marca uma mudança na lógica da informação e na era da internet significa a aposta em uma informação de código livre; por reivindicar algum modo em segundo lugar no direito da informação, presente e representado por uma figura emblemática de Julian Assange.

O diretor aposta que o Cepal definiu historicamente sua liberdade de informação, direitos comuns, coletivos de bem social e poderá reivindicar outra forma de jornalismo e comunicação na era das redes distribuídas.

Entre os temas da nova cátedra estão a governança na internet, a cidadania digital, apropriação social das tecnologias, práticas de net-ativismo, cibercultura, infância, juventude e tecnologias. O coordenador do projeto será Pablo Escadón, que é diretor executivo do Media Lab de Quito.

“Julian Assange representa essa mudança de paradigma, essa transformação no sistema de informação que se vê vulnerável pelo princípio que agora se reconhece como sagrado que é a segurança, em alguns casos de sigilo nas redes”, afirmou Escadón.

A ideia é que este espaço possa articular redes de investigação capazes de atualizar o conhecimento sobre net-ativismo, novas formas de tecnopolítica, participação, inclusão, deliberação cidadã, explicou o coordenador. Além disso, a nova cátedra pretende abordar questões relativas ao governo eletrônico e aberto, a era “open data” para a transformação e administração do Estado, além de diálogo com as culturas tradicionais.