Anistia denuncia russofobia promovida na Ucrânia

A organização internacional de direitos humanos Anistia Internacional disse estar preocupada com as perseguições sofridas na Ucrânia pela mídia que apresente posições desfavoráveis ao governo do país e que demonstrem opiniões a favor da Rússia.

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Os defensores de direitos humanos opinam que uma prova disso é o assassinato do jornalista Oles Buzina e a prisão do repórter Ruslan Kotsaba, que exigiu terminar as hostilidades em Donbass.

“Na Ucrânia tornou-se muito perigoso manifestar opiniões pró-russas”, diz-se no relatório da organização sobre o estado dos direitos humanos no mundo em 2015.

A Anistia Internacional aponta como exemplo a morte do jornalista Oles Buzina, baleado em abril de 2015, e a prisão do jornalista Ruslan Kotsaba, acusado de traição à Pátria depois de exigir suspensão das hostilidades em Donbass e apelar aos ucranianos a sabotar a mobilização.

“Ruslan Kotsaba é a primeira pessoa na Ucrânia nos últimos cinco anos que nós chamamos de prisioneiro de consciência. Ele manifestou o seu ponto de vista e não deve ficar na prisão por causa disso”, disse na terça-feira (23) durante apresentação do relatório em Moscou o vice-diretor regional da Anistia Internacional para a Europa e Ásia Central, Denis Krivocheiev.

Os autores do relatório também sublinham que a mídia que “revele quaisquer posições pró-russas” ou simpatia para com as milícias independentistas de Donbass, sofreram perseguições na Ucrânia.

Os defensores dos direitos humanos prestam atenção ao fato de que os canais 112 Ukraina e Inter receberam advertências por parte do Conselho Nacional de Tele e Radioemissão da Ucrânia por causa de reportagens sobre as áreas controladas pela milícias nas quais os habitantes civis manifestam apoio às milícias.

A crise política eclodiu na Ucrânia em novembro de 2013, quando as autoridades do país anunciaram a intenção de suspender o seu processo de integração europeia. Os protestos que começaram em Kiev, apoiados pelo Ocidente, levaram a um golpe de Estado em 22 de fevereiro de 2014, forçando o então presidente Viktor Ianukovitch a fugir do país.

Dois meses depois, Kiev lançou uma operação militar contra os independentistas no Sudeste do país, que não reconheceram a nova liderança no poder central.

Fonte: Sputnik