Publicado 30/03/2016 15:05 | Editado 04/03/2020 16:43
O que vemos acontecer hoje na política brasileira é de uma gravidade extrema. De um lado, uma presidenta eleita pelo voto popular é colocada na berlinda por um grupo de parlamentares que lhe faz oposição ferrenha, inconformado com os resultados das eleições e ávido para arrebatar um cargo que não os pertence e para o qual povo brasileiro não os delegou.
As teses que tentam fundamentar o processo de impeachment deflagrado pela Câmara dos Deputados são fruto de articulações golpistas, num flagrante delito e desrespeito à Nação brasileira e aos pilares da democracia, preconizados em nossa Constituição Federal. Sob Dilma Rousseff não há suspeição de que tenha cometido crime que a impeça de cumprir o mandato para o qual foi legitimamente designada, conforme vontade soberana do povo e expressa nas urnas.
De outro lado, e a julgá-la, deputados que estão sob a mira da justiça por atos de corrupção, formação de quadrilha e outros crimes de igual quilate e calibre. Dos 65 membros da comissão de impeachment, 37 enfrentam acusações.
Enganam-se aqueles que acreditam que será fácil atentar contra a democracia e derrubar uma presidenta eleita pelo voto popular. A repercussão da crise política no cenário internacional dá a dimensão de como o golpe de Estado no Brasil é visto lá fora. Os principais jornais do mundo estão denunciando as manobras do grupo golpista e dando nome aos bois, além de trazer a público a ficha corrida e suja daqueles que intentam contra o mandato de uma presidenta eleita.
O dia 31 de março é um dia de luto e de luta. A fatídica data marca a instauração do golpe civil-militar em 1964 no Brasil, cujos desdobramentos, violações de direitos humanos, tortura e assassinato de inocentes todos conhecem. Mas é por isso e por muito mais, que iremos às ruas dia 31. Iremos para assegurar a democracia conquistada à duras penas e validar a nossa Constituição. Nós, do PCdoB, estamos mobilizados em todo o país e unidos ao povo em uma só voz: “NÃO” vai ter golpe!