MBL, Vem pra rua e Revoltados se negam a revelar origem de receitas

Enquanto sai às ruas para convocar atos em defesa do golpe sob a fachada de luta contra a corrupção, os grupos da direita tem uma verdadeira caixa preta em suas finanças e não informaram a origem e muito menos a quantidade de dinheiro usado para custear suas ações políticas.

Revoltados Online e MBL

De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, sobrre as finanças os grupos Movimento Brasil Livre (MBL), Vem Pra Rua e Revoltados Online, informam apenas que o dinheiro entra através de doações de pessoas físicas e da venda de produtos. "Não se sabe o número de doadores ou o valor da colaboração média. Há casos de recebimento de doações em conta de pessoa física e de coleta informal de dinheiro vivo", diz a matéria.

O MBL, por exemplo, diz que o último ato realizado no dia 13 de março, gerou gastos de R$ 28 mil com caminhão, seguranças e publicidade no Facebook, entre outras despesas. No entanto, não apontou a origem da renda.

O valor citado também não refere-se ao total usado nas atividades do movimento, que incluem viagens a Brasília. Além disso, os fornecedores não são divulgados e as notas muito menos.

Critico feroz do caixa 2 nas campanhas eleitorais, o Vem Pra Rua se negou a dar detalhes dos doadores. Rogério Chequer, porta-voz do movimento que já foi visto em restaurante com lideranças da oposição tucana, disse que as contribuições nem sequer passam por conta bancária, afirmando que a orientação aos colaboradores é que paguem diretamente aos fornecedores. O que diria o juiz Sérgio Moro sobre tal conduta?

Chequer disse ainda que não estão sujeitos às mesmas exigências de transparência do governo pois não recebem dinheiro público. “Não recebemos de partidos políticos nem da Fiesp”, afirmou. Mas como não apresentam os doadores fica impossível confirmar tal declaração.

Esse grupos gostam de utilizar as redes sociais para dizer que são contra a corrupção e pedir transparência do governo. No entanto, a origem das suas finanças sequer são apresentandas. Não há prestação de contas que apontem os doadores nem para saber se são apartidários e se não há dinheiro público, como alegam ser.

Segundo a Folha, o MBL é o único que tem cadastro de pessoa jurídica para receber doações, mas ele está registrado no nome de Stephanie Santos, irmã de Renan Santos, um dos líderes. Ela é proprietária do Movimento Renovação Liberal, uma associação privada.

Kim Kataguiri, outro coordenador do grupo, pede doações para sua conta bancária. Até agosto de 2015, ele disse que havia arrecadado R$ 17,7 mil via Paypal, R$ 10 mil em doações diretas e R$ 9 mil com a venda de camisetas.

Para se ter uma ideia do montante, em Brasília  o grupo fechou contrato com um carro de som para quatro dias ao custo de R$ 40 mil, segundo o empresário que forneceu o equipamento, Rubens Dornelas.

Marcelo Reis, o revoltado mor do Revoltados Online, vende em seu site bonecos caluniosos do ex-presidente Lula. O que custaria R$ 5, que é a média do mercado, sae por R$ 20 na mão de Reis. E mais: o dinheiro das vendas, segundo a Folha, vai diretamente para sua conta bancária pessoal.