Estudantes da UnB realizam ato contra impeachment de Dilma Rousseff 

Protagonista de momentos decisivos da história brasileira, a Universidade de Brasília (UnB) sempre esteve presente nas discussões políticas, econômicas e sociais do país. Neste atual cenário de debates acalorados sobre o destino da presidenta Dilma Rousseff, a instituição mais uma vez se mobilizou e promoveu, nesta quinta-feira (28), manifestações e plenárias para repudiar o possível afastamento da presidenta.

Estudantes da UnB realizam ato contra impeachment de Dilma Rousseff - Metrópoles

Os estudantes da UnB integraram o Dia Nacional de Paralisação de Estudantes Contra o Golpe que ocorreu em todas as universidades do Brasil. “Os estudantes estão na linha de frente para combater o golpe. Impeachment sem base legal é um golpe à democracia. A UNE conquistou as diretas, resistiu ao golpe militar, derrubamos um presidente”, disse Carina Vitral presidente da entidade.

Depois de uma assembleia para discutir as repercussões do afastamento da presidenta eleita, os universitários saíram em passeata pelo prédio e pelo Restaurante Universitário (RU). Antes de iniciar as atividades, o grupo, com cerca de 250 pessoas, fez um minuto de silêncio em memória das vítimas da ditadura e pela democracia.

Eles percorreram o campus distribuindo folhetos e gritando palavras de ordem como “não vai ter golpe, vai ter luta”. “Se o golpe passar, a UnB vai parar”, anunciaram. E fecharam as entradas do popularmente conhecido “Minhocão”, área de grande circulação de pessoas. “É um ato simbólico. Não vamos barrar a entrada ou saída dos estudantes, mas queremos mostrar que vamos fazer de tudo para que o impeachment não aconteça”, explicou a vice-presidente regional da UNE e aluna do curso de Ciências Políticas da UnB, Luiza Calvette.

Na Faculdade de Comunicação (FAC), a reunião que debateu as decisões políticas ocorridas nos últimos meses contou com o apoio de professores e da direção do departamento. Integrante da direção do CA da FAC, Eduardo Meirelles, o Cacom, informou que foi formado um comitê para representar a faculdade nas discussões e atos contrários ao impeachment.

Os estudantes anunciaram que também participarão das manifestações do Dia do Trabalho (1º de maio) e do Dia Nacional de Lutas(10/5).

Críticas e apoios

Além do vice-presidente Michel Temer, o principal alvo da manifestação foi o senador Cristovam Buarque (PPS). Folhetos com a foto do ex-reitor da UnB e ex-governador do DF e a palavra “golpista” foram distribuídos pelos universitários. “Ele virou as costas para os estudantes. Não esqueceremos o legado golpista que ele começou a construir”, disse uma militante.

Os estudantes também farão, nesta quinta-feira, na Praça Chico Mendes da UnB, às 19 horas, um ato público de apoio ao deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ), que protagonizou um dos momentos mais tensos da sessão que aprovou a continuidade do processo de impeachment contra Dilma. Após ter sido ofendido, o parlamentar cuspiu no deputado Jair Bolsonaro(PSC-RJ). O político do Psol estará presente na ocasião.