Nota: ACES apoia ocupações das escolas do Ceará

Em nota, a Associação Cearense de Estudantes Secundaristas (ACES) se solidariza com os estudantes que nesse momento ocupam escolas do Estado, no interior e capital. No documento divulgado pela entidade, o movimento estudantil reforça que a “escola do Século XXI, a cada dia, torna-se mais plural, mas a estrutura curricular, ainda muito conservadora, não acolhe a diversidade dos estudantes”. Leia a íntegra da nota:

Nota: ACES apoia ocupações das escolas do Ceará

A educação não é mercadoria!

Entendemos que a crise hídrica no Estado do Ceará não deve ser justificativa para o descaso do governo do estado para com a Educação. A educação deve, nesse momento de crise, ser prioridade para nosso estado.

Quem está, dia a dia, nas escolas públicas conhece a situação degradante destas; tetos caindo, falta de material didático, carteiras antigas, bebedouros sujos, muros caindo, salas insalubres, laboratórios e bibliotecas fechadas.

A escola pública atual não possui estrutura física ou pedagógica para preparar o estudante para o mercado e para conviver na sociedade. Por dentro dos muros da escola ainda vemos autoritarismo, machismo, homofobia e racismo. Queremos uma reformulação no ensino médio!

Por mais investimento!

O investimento para o estudante ainda é mínimo, 0,31 centavos custeado pelo Governo Federal a partir do PDDE mas sem nenhum complemento do Governo do Estado. A escola, por vezes, é o lar de muitos estudantes; esses com realidades conturbadas que se socorrem a instituição com a esperança de um mundo novo. A escola tem que estar preparada para receber estes estudantes, portanto, sua estrutura deve ser completa, com projetos sociais, merenda de qualidade, formações extracurriculares, cultura, protagonismo juvenil e debates sobre a diversidade.

Por uma escola plural!

A escola do século XXI, a cada dia, torna-se mais plural, mas a estrutura curricular, ainda muito conservadora, não acolhe a diversidade dos estudantes. Há uma grande resistência por parte de setores reacionários da sociedade sobre o debate de gênero na escola. Não passarão!

Não aceitamos que a educação, marco fundamental da formação humana, seja coberta de preconceitos e contradições. A escola é de todos e todas e deve ser respeitada e debatida desta forma. Queremos debater sobre emancipação da mulher, para empoderar as minas que, dia a dia, sofrem machismo na escola. Debater a comunidade LGBT, que por vezes são impedidas de estudar por sua orientação sexual. De negros e negras que ainda são oprimidos dentro da escola por sua cor.

Essa é a escola que queremos, sem preconceitos, com debates sobre as realidades e pluralidade de cada um e cada uma.

Ocupar e resistir!

Por fim, organizar cada estudante da escola pra ocupar é dever de cada um é cada uma, resistiremos aos retrocessos na educação, queremos mais e não abriremos mão de uma escola de qualidade com uma educação atual e plural.

Todo apoio aos estudantes que ocupam escolas!

Luta, resistência e democracia!