Trump aparece nos Panama Papers

O sobrenome Trump aparece colado a 32 sociedades anônimas criadas pela Mossack-Fonseca em várias jurisdições, incluído o Trump Ocean Clube, o principal projeto imobiliário do candidato presidencial republicano estadunidense Donald Trump no Panamá.

Donald Trump

Os vazamentos de documentos da firma de advogados Mossack-Fonseca (MF) publicadas na Internet pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), revelam que a sociedade Trump Ocean Clube 5002, Inc foi inscrita em 20 de junho de 2006, no Panamá, e dissolvida no dia 16 de julho de 2014. A 7 de maio de 2007, inscreveu-se a sociedade Trump Ocean Clube Unit 2710, INC, que se encontra vigente segundo o Registro Público do Panamá.

A "descoberta" foi revelada nesta quarta-feira (11) pelo jornal local A Estrela, que fez a ressalva de que "as sociedades offshore não são ilegais, mas sua função, segundo países como França e Estados Unidos, com frequência é ocultar a origem e os donos do dinheiro para evadir impostos, reiteraram especialistas".

E o jornal acrescentou: "Curiosamente, depois da revelação do escândalo da Mossack Fonseca & Co., os analistas do processo eleitoral presidencial estadunidense asseguravam que Trump receberia o apoio dos grupos sociais que acham que para desmantelar o mundo das elites faz falta alguém que as conheça de dentro".

Em uma revisão dos documentos revelados por ICIJ, a Prensa Latina pôde comprovar que ao menos 32 sociedades anônimas incluem o sobrenome Trump em seus nomes e, além das duas mencionadas, existem outras duas assentadas no Panamá, mas em sua maioria foram criadas nas Ilhas Virgens Britânicas, Samoa, Hong Kong, Singapura, Seychelles e Estados Unidos.

O grupo legal multinacional MF recusou em um comunicado a publicação do banco# de dados roubado de seus escritórios e anunciou ações legais contra ICIJ.

"Além de ter sido obtida de forma ilícita, o banco# de dados está carregado de erros e leva a conclusões erradas entre pessoas, companhias e intermediários", assinalou o documento, o qual avalia a revelação como um ataque irresponsável a empresas prestigiosas e legais, que causa danos a clientes e a terceiras pessoas.

"O uso de informação privada roubada é um crime em todos os estados nos que temos presença", assegurou o escritório de advocacia, quem alertou como as publicações geradas a partir "deste roubo de informação estão marcadas por especulações e causaram a disseminação de dados fora de contexto, com erros na informação".

Uma vez mais o grupo legal enfatiza o prejuízo a sua imagem e a violação do segredo profissional entre advogado e cliente, "que é um princípio básico e universal do exercício do direito".

As ideias a mais elementos ocultos nos documentos reforçaram-se na semana última no Panamá, quando um comunicado de MF anunciou que pediu a ICIJ que se retratasse de publicar o banco de dados ou, em seu prejuízo, a ameaçou com ações legais.