PCdoB reafirma bandeira do plebiscito para barrar o golpe
Como travar a luta dos movimentos sociais em um contexto de golpe? Para responder essa questão e aprofundar o debate sobre a conjuntura nacional, os militantes do PCdoB que atuam no movimento social do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) reuniram-se na manhã desta quinta-feira (19) na sede do Comitê Central do partido. O encontro contou com as explanações da presidenta nacional do PCdoB, deputada Luciana Santos, e do secretário de movimentos sociais do Partido, André Tokarski.
Publicado 19/05/2016 16:26
Luciana iniciou sua fala denunciando as medidas nocivas do governo ilegítimo Temer, “Há um poderoso conluio que derrubou a presidenta Dilma,composta por partidos da oposição de direita, setores financeiros, midiáticos, jurídicos e também por interesses políticos externos. A Ponte Para o Futuro [programa neoliberal de governo do PMDB] está em curso e o pacote de maldades já se faz presente, com a extinção do Ministério da Cultura (MinC), cortes nas as com políticas sociais de inclusão e dos direitos humanos, além da ausência de mulheres no ministério. Está surgindo um apelo social muito forte contrário a essas ações”, alertou a presidenta do PCdoB.
E seguiu, “daqui para frente, haverá uma forte movimentação na criminalização dos movimentos sociais que já foi anunciada pelo ministro da Justiça, [Alexandre Morais, ex-secretário de Segurança Pública de Alckmin, que comandou diversos ataques em manifestações] a mutilação dos direitos trabalhistas, com a proposta de Reforma da Previdência, sepultando o ciclo de avanços sociais e aplicando a velha cartilha neoliberal: O pacote de privatizações, entrega do Pré-Sal às multinacionais, o rebaixamento dos bancos públicos, a desarticulação da unidade progressista na América Latina voltando com o debate da Alca, ou seja, a velha cartilha neoliberal sendo aplicada”, afirmou a presidenta do PCdoB.
Plebiscito e Diretas Já: O caminho para enfrentar a direita
Luciana salientou que, em um momento de aguda crise política institucional, é necessário que o povo seja chamado a tomar as rédeas de seu destino como nação soberana. “Em um contexto explicito de golpe, o PCdoB avalia que a saída mais pertinente para contestar um governo não eleito pelo voto popular é a luta por um plebiscito, reivindicando as eleições diretas para a presidência”, conclui.
André Tokarski: Campanha pelas Diretas unifica sociedade contra o golpe
Em sua fala, André Tokarski afirmou que o momento exige enfrentamento à agenda que imposta pela direita, através do Congresso Nacional e das ações no Governo Federal, “são sete ministros investigados na Lava Jato, o líder do governo na Câmara dos Deputados é diretamente ligado ao Cunha, e esse, antes de se ser afastado da presidência do Câmara, criou uma CPI contra a União Nacional dos Estudantes (UNE) para criminalizar a entidade, além dos cortes no Minha Casa, Minha Vida, as propostas que sucateiam a educação e a extinção do MinC. É um grande pacto autoritário, antipopular e antidemocrático, que, desde 2014, não reconhecem o mandato da presidenta Dilma Rousseff”, alertou.
Tokarski avalia que a bandeira do plebiscito tem um grande potencial para unificar e fortalecer a luta contra o retrocesso. “Fazer a defesa do plebiscito, reivindicando as eleições diretas é um mecanismo que amplia a denúncia do golpe e faz crescer o apoio popular, para contestar um governo que não representa a população brasileira”, conclui.