Quatro mil japoneses protestam diante de base americana em Okinawa

Pouco mais de 4 mil pessoas se reuniram nesta quarta-feira (25) diante da Base Aérea dos Estados Unidos de Kadena, na ilha de Okinawa, no Japão, para dar sequência aos protestos que estão sendo realizados desde que uma jovem de 20 anos foi assassinada por um militar da base.

Japoneses protestam em Okinawa contra base aérea dos EUA

Os manifestantes, que incluiam membros do parlamento japonês, levaram cartazes e gritaram lemas como "Fora daqui todas as bases americanas", "Não à nova base aérea em Henoko" e "Okinawa não quer as suas bases".

"As pessoas de Okinawa sofreram muito nos últimos 71 anos por causa dessas bases. Já chega, já é o bastante", afirmou o prefeito da cidade de Nago, Susumu Inamine, diante dos portões fortemente vigiados da instalação.

"A raiva do povo de Okinawa chegou ao máximo, com tais incidentes se tornando repetitivos. Nós não aguentamos mais essas bases por aqui. Ela têm de ser desmanteladas, não só aqui, mas em todo o Japão", disse um dos manifestantes.

O protesto teve seu fim com a divulgação de um apelo, para desmantelar as bases americanas no país, rever o acordo entre os dois países sobre as instalações, o chamado Sofa (Japan-U.S. Status of Forces Agreement), e o abandono dos planos de relocar a base para a cidade de Henoko.

Uma jovem de 20 anos foi estuprada e depois estrangulada por um ex-Marine em abril. Seu corpo foi jogado em uma floresta próxima ao local onde está a base.

Casos criminais envolvendo militares dos Estados Unidos têm acontecido de maneira até rotineira em Okinawa. Um marinheiro da U.S. Navy foi preso em março após estuprar uma mulher em um hotel na cidade de Naha, capital de Okinawa.

Legisladores de sete cidades em Okinawa fizeram petições demandando aos governos do Japão e dos Estados Unidos no sentido de que se tomem medidas concretas para proteger os cidadãos locais dos militares das forças armadas estadunidenses. A ocupação americana do Japão completará 71anos em setembro deste ano.