Senadora critica proposta de Temer de limitar gastos para pagar juros

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) definiu como “aberração” a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) com objetivo de limitar os gastos do Orçamento, que deve ser apresentada pelo presidente ilegítimo Michel Temer. Para ela, a proposta, que limita o aumento de gastos ao índice inflacionário, agride a Constituição e o povo brasileiro ao tornar oficial a redução nos investimentos sociais. 

Senadora critica Temer por proposta de limitar gastos para pagar juros - Agência Senado

A senadora contrastou a nova PEC com a reivindicação popular nas ruas por mais recursos para saúde e educação, e sublinhou que o programa de governo de Michel Temer nunca teria sido aprovado nas urnas. E lamentou que “esse governo interino, golpista, esse governo que está aí sem legitimidade, faça isso. Isso não passou pelas urnas”, alertou.

A senadora explicou que o governo ilegítimo de Michel Temer quer “que este Congresso autorize uma PEC para que se suspenda as vinculações constitucionais, e eles, por lei complementar, digam como vai funcionar daqui para frente. Isso vai ser uma tragédia.”

“Nós vamos ter uma tragédia social. Não há economia que melhore numa tragédia social. Se nós tivemos um pouco de melhora na economia deste país, é porque a gente garantiu um mínimo de renda a quem poderia consumir internamente”, avaliou a senadora.

Economia para pagar juros

E adiantou o que será a economia brasileira com a proposta de Temer: o governo alega que a relação dívida/PIB (Produto Interno Bruto) está muito alta e assume o compromisso de pagar a conta dos juros exorbitantes de 14,25% que resulta em R$400 bilhões de juros para serem pagos.

Segundo a senadora, esse dinheiro será tirado do reajuste do aposentado, da saúde, da educação, da assistência social. “Tirar dinheiro das áreas sociais para pagar uma conta de juros de R$400 bilhões, sendo que temos uma relação dívida/PIB de 40%. Nenhum país europeu tem essa relação. Todos estão na faixa de 90%, quase 100%. Qual é a lógica disso? Para o mercado financeiro vir aqui, para investir? Para pagarmos juros exorbitantes para garantir isso? Quais são os investimentos produtivos que estamos tendo?” indagou indignada a parlamentar.

“É uma aberração o que esse Governo vai fazer com essa proposta de emenda constitucional. Não há condições de nós aceitarmos. A Constituição de 1988 assegurou direitos mínimos, um Estado mínimo de bem-estar social para a população do nosso País, que começou a se consolidar e que foi melhor nos anos em que o Presidente Lula governou, em que a Presidenta Dilma governou”, discursou a senadora, apelando para os colegas do Norte e do Nordeste, “que sabem a diferença que isso fez na vida daquele povo, que passava fome, que tinha dificuldades.”