Publicado 28/07/2016 09:49 | Editado 04/03/2020 16:24
Algumas pessoas pensam que ser de direita é bradar contra a corrupção, como se essa fosse um mal da esquerda. Evidentemente, tal ideia é disseminada pela grande mídia. Ser de direita está na moda. Os neófitos são atraídos da classe média e um pouco da classe operária, o que é lamentável. Ser de direita é eleger um inimigo comum em cada período da História da humanidade. Quem não ficaria contra os comunistas que matavam crianças? Depois vieram os que lutavam pela reforma agrária, aqueles que iriam invadir suas terras, suas casas e saquear seus bens, lembra?
Como se não bastasse, surgiram os terroristas que assaltavam bancos, os mesmos que lutavam contra a ditadura militar implantada no País em 1964. Posteriormente, como registra a História, todos ficaram sabendo que eles queriam tão somente a volta da normalidade democrática.
E como conhecer um direitista numa simples conversa? Em primeiro lugar, ele é contra o estado do bem-estar social. Quanto aos programas “Minha Casa, Minha Vida”, “Bolsa Família”, “ProUni” e as cotas nas universidades, ele é contra e não faz cerimônia. Sim, ele detesta ter que viajar de avião ao lado de pessoas de classe inferior, carregando suas malas e sacolas. Para o direitista, a única e eterna proposta social é devolver os pobres à arena da luta pela sobrevivência por meio do estado mínimo, onde educação, saúde e moradia são miragem.
Em qualquer país, onde porventura possam surgir sinais de melhorias sociais, mormente para os menos favorecidos, rapidamente os direitistas aparecem prontos para sufocar a democracia e colocar freios a essas conquistas. Desta vez, o inimigo comum foi a corrupção com a ajuda da grande mídia e a ignorância das massas populares. Mais uma vez, o regime capitalista tupiniquim demonstra que não sabe sequer crescer e ser independente.
No lugar onde a desigualdade social é uma das mais gritantes do mundo e o Estado é castrado de seu principal papel de progressista, no sentido de diminuir a miséria e ampliar as oportunidades de uma vida cidadã, reaparece o caminho do retrocesso.
*Saraiva Júnior é auditor fiscal do Trabalho
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