Governo golpista estoura meta fiscal que inflou politicamente 

O governo golpista de Michel Temer está afundando a economia do país diante do silêncio da mídia. Os golpistas, que projetaram um deficit fiscal de R$ 170,5 bilhões para 2016, quando as projeções da equipe de Dilma Rousseff eram de R$ 96,7 bilhões, já queimaram, segundo anúncio feito pela própria cúpula golpista, quase toda essa “gordura” em menos de quatro meses de governo. O anúncio revela que, em vez de promover o ajuste das contas públicas, Temer está em um processo acelerado de gastança.  

Governo golpista estoura meta fiscal que inflou politicamente

E a grande mídia, em vez de mostrar que, faltando quase cinco meses para terminar o ano, os golpistas já estão na iminência de estourar uma meta fiscal que já foi esticada para além do razoável, decidiu destacar em manchetes o discurso vazio do ministro da Economia, Henrique Meirelles, acerca do gravíssimo fato do orçamento do governo já ter atingido o deficit de R$ 169 bilhões. Sites e jornais se resumiram em chamadas do tipo: “Ministro garante que meta fiscal será cumprida”.

De janeiro a maio, na gestão da presidenta Dilma Rousseff, o resultado fiscal acumulava um deficit de R$ 23,8 bilhões. Em apenas 90 dias de governo golpista, o rombo já chega a R$ 169 bilhões. O deficit trimestral do governo golpista é seis vezes maior do que o deficit dos primeiros cinco meses do ano.

Em resumo, o golpe se traduz em fatos irrefutáveis: o governo que buscou apoio para chegar ao poder com o discurso do ajuste fiscal caminha para promover um rombo sem precedentes nas contas do país. O deputado José Guimarães (PT-CE) ressaltou que esse fato demonstra a irresponsabilidade fiscal do governo interino, que promove “a gastança e a retirada de direitos” a cada dia. “Por isso, essa aventura não vai dar certo e levará o país a não dar certo também”, alertou o parlamentar.

Encalacrada fiscal

Guimarães também criticou o discurso usado pela equipe econômica de Temer, que, ao projetar um deficit fiscal de R$ 170 bilhões, afirmou se tratar de uma meta realista. “Diziam que a presidenta Dilma havia deixado um rombo, mas em poucos meses atingiram um rombo de anos. Portanto, é um governo caro, sem fisionomia, e principalmente é o governo da irresponsabilidade fiscal. Ao mesmo tempo em que ameaça retirar direitos, ele abre o caixa e deixa o Brasil em uma encalacrada fiscal”, disse Guimarães.

De forma bem parecida como tratou o orçamento de 2016, o governo golpista também projetou um deficit bem maior que o planejado por Dilma para 2017. Sob o discurso falacioso de ajuste das contas públicas, Temer e seus aliados conseguiram aprovar na Comissão Mista de Orçamento (CMO) no início deste mês o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2017 com um deficit fiscal para a União de R$ 142 bilhões, dos quais R$ 3 bilhões estarão sob responsabilidade das estatais.

É mais uma prova de que o suposto ajuste fiscal está apenas no campo das ideias e é uma decisão política dos golpistas. Na prática, o que está se impondo é um aumento do endividamento do Estado brasileiro. Como é próprio da verve golpista, o governo Temer ainda faz um discurso dissimulado ao jogar para o governo Dilma Rousseff a responsabilidade desse rombo.

Segundo “cheque em branco”

O cálculo da meta feito pela equipe técnica do governo legítimo para o próximo ano era superavitário em R$ 6,8 bilhões, e somente na pior das hipóteses poderia apresentar um deficit de, no máximo, de R$ 65 bilhões.

O governo golpista de Michel Temer conseguiu mais que dobrar esse deficit para 2017, sem, no entanto, detalhar de onde virá esse valor negativo. Tudo indica que um deficit tão elevado se prestará a pagar a conta do golpe aos aliados de Temer.

Dessa forma, fica claro que a aprovação desse projeto de LDO – que por definição é a lei que estabelece as metas e prioridades para o exercício financeiro seguinte e orienta a elaboração do Orçamento da União – representa o segundo “cheque em branco” que o Parlamento estará dando ao governo interino. O primeiro foi justamente a aprovação pelo Congresso do deficit de R$ 170 bilhões, que já está quase estourado.