PT: atos contra Temer e em apoio a Lula vão aumentar, diz Rui Falcão

Após reunião da direção nacional do PT ocorrida nesta quinta-feira (15), na capital paulista, o presidente da legenda, Rui Falcão, anunciou que o partido tomou três decisões durante reunião. Uma delas será a de elaborar um calendário de mobilizações em solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, os atos ocorrerão ao longo deste mês.

Rui Falcão - Foto: Paulo Pinto/PT

Rui Falcão afirmou que a insistência de oposicionistas na denúncia contra Lula, mesmo com a ausência de provas, não diminuirá a mobilização contra o governo usurpador de Michel Temer e pelas eleições diretas para Presidência.

Em sua avaliação, após o afastamento ilegítimo da presidenta eleita Dilma Rousseff, o alvo se tornou o ex-presidente.

“O golpe continuado tem objetivo de interditar o Lula, e, se for o caso, proscrever o PT e a esquerda. Isto já foi consolidado com o que eles consideravam o elo mais frágil, a presidenta Dilma”, afirmou.

O Diretório Nacional divulgou uma nota oficial repudiado a postura do Ministério Público em relação a Lula, afirmando que está em curso uma perseguição política com três alvos principais: Dilma, Lula e o próprio Partido dos Trabalhadores.

Apesar da ausência de tropas nas ruas para garantir a continuidade do golpe, Rui Falcão recordou que muitos manifestantes têm sido vítima de violência policial ao protestar contra Temer e pelas diretas.

2018

Falcão disse que o partido ainda não trabalha com as eleições de 2018, e que não trabalha com outra possibilidade de candidatura para a presidência da República neste momento que não seja Lula. “Não é o caso de abrir nenhuma outra hipótese que não seja o Lula. Na medida em que eu começo a discutir publicamente ou admitir a hipótese de uma candidatura alternativa, estou fragilizando ou facilitando o esquema de sua interdição [Lula]. Mas nem o nome de Lula ainda está colocado. A eleição é só em 2018, a menos que consigamos, com as Diretas Já, mudar todo o esquema e conseguir promover uma reforma eleitoral.”

Antecipação do Congresso

Os membros decidiram, ainda, que haverá uma renovação na direção do partido, que acontecerá por meio do 6º Congresso do PT, com realização prevista para dezembro de 2016.

Em 7 de outubro, haverá outra reunião entre membros do Diretório Nacional para discutir o Congresso e fazer um balanço do primeiro turno das eleições municipais.

O mandato da direção do PT vence em novembro de 2017. A antecipação aconteceu para auxiliar na transição de mandato e fazer preparação para as eleições de 2018. “Não pode fazer esquenta. A direção tem que entrar senhora da situação”, explicou.

Oposição ao governo Temer

Rui Falcão voltou a falar que o partido vai atuar como oposição ao atual governo, mas que não irá votar contra projetos de interesse da população, como “a terceirização e a entrega do pré-sal”, citou.

“É natural que os movimentos sociais e sindicais discutam suas reivindicações e se defendam da pauta regressiva diante de um governo de fato. É natural que a CUT, o MST e os demais movimentos negociem com o governo, quando acharem conveniente. [Quanto ao PT], o que tiver de projeto na Câmara e no Senado, quando aparecer pauta que interesse a maioria da população e interesse ao país, as bancadas vão votar a favor. Nunca fomos da política quanto pior, melhor.”