Síria denuncia apoio a terroristas por parte de regimes do Golfo

"A Arábia Saudita e o Catar apoiam e financiam os terroristas na Síria e não vemos nenhuma mudança nesta tendência", afirmou a assessora presidencial do governo sírio Bouzeina Shaaban.

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Em entrevista divulgada em Damasco, a assessora da Presidência síria reiterou que desde o início do conflito, em 2011, é a oposição que tem recusado dialogar com o governo, porque estão vinculados a agendas estrangeiras.

"O processo e os acordos sobre a reconciliação são levados a cabo com organizações armadas relativamente independentes desses e outros patrocinadores", afirmou Shaaban.

"As Nações Unidas não desempenham seu papel como uma instituição internacional imparcial e alguns de seus funcionários tentam dissuadir os cidadãos de sair de zonas agora pacificadas como Al Waer, em Homs, e Daraya, em Damasco", sublinhou.

Shaaban assinalou que, sobre esse tema, o enviado especial do Secretário Geral da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, não realiza uma missão de forma transparente e qualificou de infundadas as acusações contra este país no último discurso de Ban Ki-moon.

Quanto aos relatos nos meios de comunicação de que os Estados Unidos teriam pedido desculpas à Síria pela agressão contra uma posição do Exército em Deir ez-Zor, ela fez notar que isso ocorre por meio de canais não oficiais. " A Síria não leva em consideração essas desculpas dos EUA e quer um pedido de desculpas público e garantias de que não se repitam agressões semelhantes", explicou.

"O recente acordo sobre trégua e cooperação entre Washington e Moscou não pode ser aplicado a não ser que se resolva o problema dentro da atual administração estadunidense", afirmou.

"A Rússia cumpre os acordos e trabalha contra o terrorismo, enquanto o discurso dos estadunidenses carece de veracidade e fundamentos", afirmou Shaaban, acrescentando que a Rússia não negocia nenhum detalhe sobre a Síria sem a aprovação da liderança do país.

Revelou que "a liderança síria foi uma parte chave nas consultas sobre cada ponto deste acordo, inclusive antes de ser escrito", e esclareceu que "o aliado russo é diferente do ocidental porque respeita a soberania de seus aliados. A Rússia não acerta nenhum detalhe sobre a Síria sem a aprovação da liderança do país", destacou.

A esse respeito, opinou que "a debilidade e dispersão na postura da administração estadunidense e seu baixo nível moral, inclusive em seu tratamento com os acordos que assina, repercutiu mal acerca da aplicação sobre o acordo", já que o Pentágono não ouviu o presidente Barack Obama nesse sentido e o tema foi violado e bloqueado dentro do Congresso.

Shaaban explicou que o Exército Árabe Sírio "golpeará o terrorismo onde quer que esteja" e assegurou que "o governo está decidido a recuperar a soberania", sobretudo o território nacional.