Médico Manuel Fonsêca declara voto em Roberto Cláudio

Referência na profissão, o cearense Manuel Fonsêca declara, em artigo, voto em Roberto Cláudio. Com atuação relevante na defesa da Saúde, do SUS e da democracia, o médico sanitarista considera que votar no candidato do PDT que disputa a reeleição para Prefeitura de Fortaleza é se posicionar contra as “forças da direita e extrema direita”.

Manuel Fonseca

Manoel Fonsêca é um dos responsáveis pela criação do Movimento Médicos pela Democracia, grupo que reúne profissionais ligados à Saúde com destacada atuação na defesa da democracia e do país. Ele também luta em defesa do programa Mais Médicos e pela valorização do SUS. Ex-preso político, escritor, Fonsêca também atuou na Secretaria de Saúde do Estado, participou do processo de reforma sanitária e da implantação do Programa de Saúde da Família do Ceará e ajudou a criar a Escola de Saúde Pública do Ceará.

Leia a seguir a íntegra do artigo:

Manuel Fonsêca: Neutralidade no segundo turno?

(Artigo escrito logo depois da decisão de neutralidade do PT de Fortaleza)

O Diretório Municipal do PT de Fortaleza, sob forte influência de Luizianne Lins, resolveu, mais uma vez, contrariar resolução do Diretório Nacional do PT, que decidiu apoiar o PDT, o PSOL e o PCdoB nas disputas de segundo turno. Decidiu, contrariando inclusive posição do ex-presidente Lula, liberar seus dirigentes e militantes a votarem tanto no Capitão Wagner, como em Roberto Cláudio. Esta é uma posição que, na prática, favorece as forças da direita e extrema direita. Não se justifica esta neutralidade. Isto representa interesses menores dos que só enxergam a árvore do seu pequeno quintal e não a floresta que beneficia a todos.

Mesmo tendo discordância de estilo com os Ferreira Gomes, que comandam o PDT, eles ficaram a léguas de distância dos apoiadores principais do Capitão, Tasso e Eunício, golpistas militantes. Ciro sempre posicionou-se firmemente contra o golpe, em defesa da Democracia, do mandato da Presidenta Dilma e contra a perseguição injusta ao presidente Lula; e Cid enfrentou Cunha e cantou a bola, em plena Câmara, de que ele era uma achacador, o que provocou sua saída do Ministério da Educação de Dilma. Todas as principais forças que apoiam o Capitão Wagner são golpistas, intolerantes, arrogantes e se posicionaram a favor do golpe. Como ficar neutro e liberar os militantes?

A neutralidade, neste caso, expressa uma visão política limitada, própria de classe média pouco politizada, contrariada porque sofreu uma derrota e perdeu a eleição no primeiro turno. Não se justifica.

Podemos discordar fortemente da estratégia de escolha do vice, um xerife direitista, mas vice é vice, e se vota no Prefeito e não no vice, como votamos em Dilma e não no Temer golpista, visando neutralizar o capitão policial militar, mas favorecer a votação no candidato da direita e extrema direita não seria trair os princípios democráticos?

Neste segundo turno meu voto, sem vacilo, será em Roberto Cláudio.

PS: A última pesquisa eleitoral em Fortaleza aponta que, dos eleitores em Luizianne no primeiro turno, o mesmo percentual, em torno de 25%, vai votar no Capitão Wagner e em Roberto Cláudio. É triste. As decisões políticas têm suas consequências. Será que seria bom para a Democracia e para o povo cearense a vitória do capitão de polícia reacionário, inescrupuloso e golpista, candidato do Tasso, Eunício, Bolsonaro et caterva?

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