Por defender a moradia de 700 famílias, Boulos é preso em SP

O coordenador do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, foi preso na manhã dessa terça-feira (17) ao tentar abrir diálogo com policiais militares sobre o despejo de 700 famílias que moram na ocupação Colonial, bairro de São Mateus, localizado na zona leste da capital paulista. No total, 3.000 mil pessoas na maioria idosos e crianças, estão sem teto a partir de hoje e optaram pela resistência.

Por defender 700 famílias do despejo, Boulos é preso em SP - Reprodução

A ocupação começou a ganhar força já na madrugada e barricadas foram armadas nas vias, tentando conter o avanço dos policiais no local. O líder do MTST comparou a ação desta terça-feira com a ocorrida em Pinheirinho em 2012. 

Ao tentar mediar o conflito entre moradores e policiais, Boulos foi detido e está neste momento em uma delegacia da zona leste.

Segundo informações do Mídia Ninja, a tropa de choque alega desobediência e arbitrariamente cita a participação do mesmo em atos contra o Governo Temer como justificativa para detenção e diz ter horas de gravações dele em outras manifestações, mostrando clara perseguição política aos movimentos sociais.

Confira a nota emitida pelo MTST sobre a prisão arbitrária de Boulos:

"O companheiro Guilherme Boulos, membro da coordenação nacional do MTST, que estava acompanhando a reintegração de posse da ocupação Colonial, visando garantir uma desfecho favorável para as mais de 3000 pessoas da ocupação, acaba de ser preso pela PM de São Paulo sob a acusação de desobediência civil.

Um verdadeiro absurdo, uma vez que Guilherme Boulos esteve o tempo todo procurando uma mediação para o conflito.

Neste momento, o companheiro Guilherme está detido no 49ª DP de São Mateus.

Não aceitaremos calados que além de massacrem o povo da ocupação Colonial, jogando-os nas ruas, ainda querem prender quem tentou o tempo todo e de forma pacífica ajuda-los.

Movimento dos Trabalhadores Sem Teto"

Os policiais deram sequência ao despejo e milhares de famílias não sabem para onde ir. Assista ao vídeo da Ponte Jornalismo