Sindicatos espanhóis anunciam protestos contra governo de Rajoy

As duas principais organizações sindicais da Espanha anunciaram nesta terça-feira (14) um calendário de mobilizações diante do que consideram escassa a vontade do governo conservador de Mariano Rajoy de reverter suas políticas econômicas de austeridade.

Ignacio Fernández Toxo

Os líderes da Comissões Operárias (CCOO), Ignacio Fernández Toxo, e da União Geral dos Trabalhadores (UGT), José Álvarez, confirmaram em uma entrevista de imprensa que os protestos começarão no próximo domingo para exigir emprego e salários dignos.

Diante dos aumentos de preços e da perda de poder aquisitivo, as duas maiores centrais operárias disseram que realizarão manifestações em mais de 40 cidades do país, às quais se somarão partidos de esquerda representados no Congresso dos Deputados.

Fernández Toxo e Álvarez adiantaram que no próximo dia 22 de fevereiro serão realizadas concentrações diante das sedes das organizações empresariais de toda a Espanha e das repartições do Governo para desbloquear a negociação coletiva sobre salários.

"O tempo esgotou-se, estamos nos minutos de prorrogação", advertiu o secretário geral de CCOO, depois de dois meses sem diálogo com o patronato.

Álvarez, por sua vez, sublinhou que sem a pressão social nas empresas e nas ruas, dificilmente "vamos avançar além dos limites que o próprio presidente do Governo pôs em novembro", em alusão à reunião mantida por ambos dirigentes com Rajoy.

Depois desse encontro, os sindicatos queixaram-se da ausência de um compromisso concreto por parte do Executivo para resolver os problemas de precariedade trabalhista e desemprego, em um país com a segunda taxa de desemprego mais alta de Europa.

Em sua reunião com os líderes sindicais, Rajoy pôs então duas linhas vermelhas sobre a mesa: a estabilidade orçamentária comprometida com a União Européia e a reforma trabalhista aprovada por sua administração em 2012.

Temos que combinar negociação com mobilizações, concordaramos líderes representantes da CCOO e da UGT, que convocaram os trabalhadores e a população a sairem às ruas para demonstrar suas demandas e romper com a atual situação.

Precisamos de medidas urgentes, insistiram Fernández Toxo e Álvarez, que não descartaram nenhum tipo de mobilização, em clara alusão a uma possível greve geral para conseguir uma resposta satisfatória as suas reivindicações.