Rejeição popular a Temer enfraquece apoio à reforma da Previdência
Com uma índice de rejeição cada vez mais alto e sentindo a avalanche que se aproxima contra as reformas apresentadas pelo governo, aliados de Michel Temer (PMDB) já começam a falar em “atenuar” as medidas propostas. No parlamento, as dificuldades para aprovar o texto da reforma da Previdência só aumentam e alguns partidos da base aliada já dizem que do jeito que está o texto não passa.
Publicado 10/03/2017 12:55
No começo da semana, o relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), disse que a idade mínima de 65 anos para aposentadoria proposta pelo governo Michel Temer não pode ser retirada do texto “de jeito nenhum”.
Agora, os aliados do governo mudaram o tom e já falam em reavaliar o projeto enviado ao Congresso, incluindo a proposta para elevar a idade mínima para aposentadoria. Até mesmo entre os tucanos não há consenso em torno da proposta. Na avaliação do PSDB, principal aliado de Temer no golpe, a reforma do governo é “muito rígida”.
Nesta quinta (9), o relator da reforma disse que o texto não vai passar da forma como está e que alterações terão que ser feitas, entre elas nas regras de transição.
O apoio que Temer contou de senadores e deputados par aprovar o golpe, ele já não tem. O governo precisa de dois terços dos votos para aprovar as duas emendas constitucionais (PECs) – da reforma da previdência e da reforma trabalhista.
O governo também avalia rediscutir as mudanças previstas para os benefícios assistenciais (BPC-Loas) que, pela proposta original, deixariam de ser vinculados ao salário mínimo, passando a ser regulados pelo aumento gradual da idade para receber o auxílio, passando de 65 para 70 anos.
A deputada e líder do PCdoB na Câmara, Alice Portigal (BA), frisou em entrevista ao Portal Vermelho que o texto da reforma não tem conserto e somente a mobilização poderá frear a iniciativa.
“O grande chamado é a mobilização popular, pois sem as ruas nós não teremos um freio de mão. É preciso que as ruas gritem e, por isso, é fundamental o dia nacional de lutas marcado para o dia 15 de março, puxado principalmente pelos professores brasileiros e, agora, por todas as centrais sindicais do campo combativo. A nossa caixa de ressonância funcionará através do parlamento para dizer isso à sociedade. Será a grande possibilitadora de frear essas reformas”, reforçou.