Cuba critica intervenções da OEA e dos EUA contra Venezuela

O governo cubano afirmou nesta terça-feira (28) que a reunião do Conselho Permanente da OEA (Organização dos Estados Americanos) realizada esta semana demonstrou que “a Venezuela não está sozinha” perante as “intenções imperiais e oligárquicas” do secretário-geral da organização, Luis Almagro, dos Estados Unidos e de países alinhados a Washington.

Reunião da OEA - Efe

A reunião, convocada por Almagro na semana passada, terminou sem a invocação da Carta Democrática Interamericana contra o governo de Nicolás Maduro, como pretendia o secretário-geral da OEA. A chanceler da Venezuela, Delcy Rodríguez, afirmou nesta quarta-feira (29) que a sessão marcou "uma vitória para a diplomacia bolivariana de paz".

Segundo o comunicado divulgado pelo Ministério de Relações Exteriores de Cuba, “a OEA que enfrentou a Venezuela é a mesma que apoiou agressões e intervenções militares; é a que guardou silêncio cúmplice perante graves violações democráticas e de direitos humanos em todo o hemisfério, que incluem, entre outras, golpes de Estado, desaparecimento de pessoas, detenções arbitrárias, torturas e assassinatos de estudantes, jornalistas e líderes sociais”.

Havana comparou a situação da Venezuela na organização àquela de Cuba em 1962, quando o país foi suspenso da OEA após a vitória da Revolução Cubana liderada por Fidel Castro, em 1959. “O Ministério de Colônias volta a cometer hoje os mesmos erros: novamente funcionaram as intensas pressões e chantagens dos EUA sobre um grupo de países, incluindo os menores e mais vulneráveis; e outra vez se registrou a atitude submissa daqueles que preferem ajoelhar-se e submeter-se, em vez de enfrentar o gigante das sete léguas”, disse o governo cubano.

Cuba também criticou Almagro, cuja postura classificou como “execrável e histérica”, “ao serviço dos centros de poder e em uma franca violação da letra e o espírito da própria Carta dessa lamentável organização”.

“Com suficiente eloquência, ficou demonstrado que o Conselho Permanente interveio em assuntos da jurisdição interna de um dos seus Estados membros, em um flagrante quebrantamento do artigo 1º da Carta de fundação”, disse Havana.

Para o governo cubano, “ficou demonstrado que a Venezuela não está sozinha”. “É motivo de orgulho a valente defesa daqueles que colocaram bem alto a dignidade latino-americana e caribenha, e se alinharam ao lado da verdade, a razão e a justiça”, declarou em referência à intervenção de países da região contra a adoção de medidas contra a Venezuela.

“A OEA, seu secretário-geral e seu dono, não poderão com a Revolução Bolivariana e chavista que dirige o indobrável presidente Nicolás Maduro Moros, nem com a união cívico-militar de seu povo que ele lidera”, concluiu Havana.