Andrade Gutierrez fará acordo para voltar a licitações da Petrobras

A Petrobras autorizou a assinatura de um termo de compromisso com a construtora Andrade Gutierrez, que permitirá que a empreiteira volte a participar de licitações da estatal. Entre outros pontos, o documento prevê que a Andrade Gutierrez cumpra obrigações de integridade.

Andrade Gutierrez

A construtora deverá manter um programa de integridade efetivo, em conformidade com a legislação anticorrupção e constituído de pontos de melhoria específicos, estabelecidos pela Petrobras. O programa passará por verificação contínua e auditoria da estatal.

No final de 2014, a petrolífera adotou um bloqueio contra a Andrade Gutierrez e outras 20 empresas citadas na Operação Lava Jato. As companhias bloqueadas estão impedidas temporariamente de participar de licitações e de celebrarem contratos com a estatal.

A Andrade Gutierrez conseguiu assinar o termo de compromisso após fechar um acordo de leniência com o Ministério Público (MPF), além de adotar medidas para sanear irregularidades praticadas por seus representantes.

A negociação do acordo com o MPF teve início ainda em 2015 e foi homologado pelo juiz Sérgio Moro em maio de 2016. A segunda maior empreiteira do país se comprometeu a pagar indenização de R$ 1 bilhão.

Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente do Grupo Andrade Gutierrez, foi preso em 2015 pela Lava Jato e condenado na Justiça do Rio por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Em março deste ano, Ricardo Sena, atual presidente do grupo, deu entrevista à Folha de S. Paulo na qual reclamava que havia pago R$ 300 milhões do acordo de leniência “em troca de absolutamente nada”.

“Nem imagem nem algo prático. O BNDES não pagou, a Petrobras não tirou da lista negra. Só de penitência. O Brasil está muito confuso”, afirmou Sena na ocasião.