Piloto rouba helicóptero para atacar prédios do governo na Venezuela

Uma ação isolada, promovida por um piloto do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (Cicpc) da Venezuela, preocupou o governo nesta terça-feira (27). O homem, identificado como Óscar Pérez, é apontado como o responsável por roubar um helicóptero oficial do organismo e usá-lo para atacar as sedes da Suprema Corte e do Ministério do Interior, em Caracas.

Atentado na Venezuela - Reprodução

Imagens que registraram o ataque possibilitaram a identificação do piloto e de outro homem com o rosto coberto por um capuz, que ainda não foi identificado. Ao sobrevoar os dois prédios, eles atiraram cerca de 15 granadas. Apesar de ambos os edifícios estarem ocupados, ninguém foi ferido. O helicóptero e os dois responsáveis pela ação ainda não foram capturados.

Neste último domingo (25), o presidente Nicolás Maduro alertou a população sobre o risco de ataques contra sua própria vida e contra o governo, devido à crise política que o país enfrenta há pouco mais de três meses. Imediatamente após o ataque, o chefe de Estado condenou a ação e pediu para a oposição, concentrada na Mesa da Unidade Democrática (MUD), fazer o mesmo, de forma a buscar a paz e evitar o acirramento dos conflitos no país.

Como medida de segurança, o presidente acionou as Forças Armadas “para defender a tranquilidade”. “Mais cedo ou mais tarde vamos capturar o helicóptero e os que realizaram este ataque terrorista", garantiu Maduro em pronunciamento oficial no Palácio do governo.

O responsável pelo atentado usou sua condição de inspetor de transporte aéreo do corpo policial para roubar o helicóptero da Base Aérea La Carlota e promover os ataques. Óscar Alberto Pérez tem 35 anos e durante um tempo trabalhou como piloto do ex-ministro do Interior, Miguel Rodríguez Torrez.

Em sua conta oficial no Instagram, Pérez publicou uma série de vídeos onde fala sobre seu posicionamento “apartidário” e “nacionalista” e sua intenção de “combater o governo nefasto”. Ele deixa claro também que trata-se de uma ação isolada sem o apoio ou concessão de setores das Forças Armadas. “Este combate não é com o resto das forças de segurança do Estado”.