Passeata reúne 30 mil pessoas e encerra Greve Geral em Salvador

Uma passeata no Centro de Salvador encerrou a manifestações desta sexta-feira (30/06), dia de Greve Geral, contra as reformas trabalhista e previdenciária, pela saída do presidente Michel Temer e por eleições diretas. Desde o início da manhã, a Frente Brasil Popular (FBP) e as centrais sindicais com atuação na Bahia paralisaram a capital baiana, com protestos e interrupção de serviços durante todo do dia.

A avaliação dos organizações é de que a segunda Greve Geral deste ano – a primeira foi a de 28 de abril, considerada uma das maiores da história – foi vitoriosa e cumpriu o papel de mostrar ao governo Temer a grande insatisfação da classe trabalhadora. Essa é uma análise de Rosa de Souza, vice-presidenta da seção baiana da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-BA).

“A prova de a greve de hoje ter sido vitoriosa é a quantidade de pessoas que saíram às ruas em defesa dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras. Todos sabemos que a provação dessas reformas significará um grande retrocesso para esse País”, defendeu Rosa. Para ela, havia também um público diverso, entre trabalhadores, negros, mulheres, jovens, ambientalistas, militantes da luta por moradia, entre outros.

A passeata, que saiu da Praça do Campo Grande, no fim da tarde, contou também com a presença da presidenta do PCdoB em Salvador, Olívia Santana. Para ela, assim como a greve do dia 28 de abril, o movimento também vai marcar a memória das lutas populares no estado. “Essa manifestação está fazendo história porque é uma prova de resistência do movimento organizado, do movimento consciente de trabalhadoras e de trabalhadores”, disse.

Na ocasião, Olívia, que também é secretária de Trabalho e Esporte no governo do Estado, ainda fez duras críticas a Temer, pela insistência em implantar um projeto que não tem o aval do voto popular, e destacou os baixos índices de popularidade do presidente. “Como é que um presidente desse vai decidir o futuro de vocês?”, questionou a secretária.

‘Fora Neto’

Os protestos contra o presidente se estenderam também ao prefeito de Salvador, ACM Neto, que é um dos principais aliados do presidente na Bahia. O presidente do Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador (SINDSEPS), Everaldo Braga, denunciou os problemas da cidade e criticou os gastos excessivos da prefeitura com propaganda.

“O prefeito [ACM Neto] só tem vivido de propaganda. Mostra uma coisa, mas a realidade é outra porque quando os cidadãos vão a uma unidade de saúde não encontram atendimento. O prefeito tem abandonado essa cidade”, afirmou Everaldo Braga.

Paralisações

A segunda Greve Geral em Salvador começou logo cedo. Trabalhadores de diversas categorias atenderam ao chamado, paralisaram as atividades e fecharam as vias da região do Iguatemi, uma das mais movimentadas da capital, desde 6h, alterando a rotina da cidade.

O protesto foi aderido por rodoviários, que desligaram os ônibus após a saída da garagem, formando filas na região. Com paralisações por 24h, o movimento contou também com a participação de comerciários, professores, trabalhadores da construção civil, bancários, vigilantes, metalúrgicos, petroleiros, petroquímicos, entre outros.

Outros municípios baianos também registram manifestações, como Camaçari, Vitória da Conquista, Itabuna, Lauro de Freitas, entre outros.

De Salvador, 
Erikson Walla