FUP supende greve após Justiça interromper cortes nas refinarias

Após conseguirem duas liminares suspendendo a redução de efetivos nas refinarias, a Federação Única dos Petroleiros (FUP-CUT) confirmou a suspensão da greve da categoria, iniciada na última sexta-feira (30), que paralisou as áreas de refino da estatal por 48 horas. As unidades voltaram a operar na primeira hora deste domingo (2).

Trabalhadores das refinarias cruzaram os braços contra as reformas de Temer - Divulgação/ FUP

Segundo os petroleiros, os cortes de postos de trabalho foram decididos pela direção da empresa sem consulta aos trabalhadores, descumprindo a Cláusula 91 do Acordo Coletivo de Trabalho e a Norma Regulamentadora 20 (NR-20), que estabelece requisitos mínimos para a gestão de segurança e saúde no trabalho com inflamáveis e combustíveis, impondo o aumento do risco de acidentes.

Ainda antes da deflagração da greve, o Sindicato dos Petroleiros de Duque de Caxias (Sindipetro-Caxias) havia obtido liminar junto à 6ª Vara do Trabalho de Duque de Caxias suspendendo a reestruturação dos efetivos mínimos da Refinaria de Duque de Caxias (Reduc).

Já na sexta-feira à noite (30), após paralisação que ocorria desde as 0h do mesmo dia, foi a vez da 6ª Vara do Trabalho de Paulínia suspender a restruturação dos efetivos na Refinaria de Paulínia (Replan), a maior do Sistema Petrobras.

Na decisão, a juíza Cláudia Cunha Marchetti alertou que o corte de ao menos 54 postos de trabalho poderia “ocasionar danos irreparáveis não só à vida/segurança dos trabalhadores, como também a toda a sociedade e ao meio ambiente, na medida em que é fato notório que a atividade desenvolvida pela reclamada envolve risco extremo”.

Ela afirmou ainda que a redução “drástica”, que afeta 13,5% do efetivo, só poderia ser executada após a realização de “amplos estudos”, que garantam a segurança dos trabalhadores e também levem em conta o seu risco ambiental.

Os sindicatos petroleiros deverão se reunir na próxima quarta-feira (5) para avaliar os efeitos da greve e definir novas estratégias contra o desmonte promovido pela atual gestão da estatal, encabeçada pelo presidente Pedro Parente, indicado pelo governo Temer.