Governo se diz confiante na vitória, mas se preocupa com desistência

O governo está confiante de que terá os votos necessários para barrar a denúncia contra Temer por corrupção passiva, nesta quarta-feira (2), no plenário da Câmara. No entanto, está temeroso com a possibilidade de perda de votos, não é à toa que exonerou ministros com mandatos para não correr o risco da margem de votos cair e perder.

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É o caso do ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB-RS) que retomou o seu mandato para garantir voto ao governo. Isso porque o suplente dele é Assis Melo (RS), do PCdoB, que votaria pelo prosseguimento da denúncia.

O único ministro que permaneceu no cargo foi Ricardo Barros, da Saúde. O motivo é que o seu suplente, o deputado tucano Nelson Padovani (PSDB-PR) deve votar contra Temer, mas o próprio PSDB pediu para mantê-lo, para não aumentar a tensão no ninho tucano.

Para dar início a votação, são necessários 342 deputados presentes em plenário. De acordo com a contabilidade vitaminada do governo, o placar a favor de Temer já estaria beirando os 280 votos.

Para que a denúncia seja aceita, é preciso que 342 dos 513 deputados rejeitem o parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), caso contrário o processo será arquivado e Temer somente será julgado em 2019, quando deixa a presidência.

A bancada do PSDB está rachada e é uma das preocupaçãoes do governo. O líder do partido na Câmara, Ricardo Tripoli (SP) deve orientar pelo prosseguimento do processo, mas oficialmente a bancada está liberada para votar como quiser.