Novo presidente angolano promete uma Angola mais inclusiva e aberta

O novo presidente angolano João Lourenço prometeu nesta terça-feira (26) construir uma Angola inclusiva e inserida no mundo por meio do aprofundamento e da manutenção das relações com todos os países

joão lourenço presidente angolano

Durante seu primeiro discurso como chefe de Estado, Lourenço agradeceu o apoio prestado pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), mas ressaltou que a partir de agora governará para todos os angolanos.

“Nestes cinco anos manteremos um governo inclusivo que promoverá a participação de todos independentemente da cor da pele, sexo, religião, concepções ideológicas e posição econômica. Defenderemos neste novo ciclo político – produto de eleições ordenadas, pacíficas e participativas – um projeto de toda a sociedade, de todos nós” expressou o presidente, que tornou-se nesta terça-feira o terceiro a ocupar o cargo máximo do país desde a independência, em 11 de novembro de 1975.

Ao referir-se a seu programa de governo afirmou que se dedicará a aplicá-lo desde o primeiro momento, incluindo a luta contra a corrupção e pela diversificação econômica em busca do desenvolvimento.

Da mesma forma demonstrou determinação de implementar as autarquias (poderes locais) e a municipalização da maioria dos serviços sociais, que – insistiu – será prioritária.

A respeito da cooperação internacional, defendeu o intercâmbio científico técnico e a colaboração multilateral para a solução dos conflitos regionais e no mundo.

Teceu palavras de elogio para Mbanza Congo, recém-declarada patrimônio cultural da humanidade pela Organização de Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

O centro histórico de Mbanza Congo, na província do Zaire, no norte de Angola, está classificado como património cultural nacional desde 10 de junho de 2013, um pressuposto indispensável para a sua inscrição na lista de património mundial.

O governo de Angola destacava que o Reino do Congo estava perfeitamente organizado aquando da chegada dos portugueses, no século XV, uma das mais avançadas em África à data. A área classificada envolve um conjunto cujos limites abrangem uma colina a 570 metros de altitude e que se estende por seis corredores. Inclui ruínas e espaços entretanto alvo de escavações e estudos arqueológicos, que envolveram especialistas nacionais e estrangeiros.

Será necessário esforçar-se para inscrever outros locais na lista de patrimônio da Unesco, explicou Lourenço na presença de cerca de 30 representantes estrangeiros, incluídos quase vinte chefes de Estado, principalmente da África.

“Vamos tratar de modernizar as Forças Armadas Angolanas (FAA), e dar passos na abertura de uma indústria militar nacional”, expressou.

“Angola tem uma posição de respeito no conjunto das nações, devemos aprofundar esses vínculos para a salvaguarda da paz, da justiça e do desenvolvimento da humanidade”, afirmou na praça da República do Memorial Doutor Antonio Agostinho Neto.

Depois do discurso, de quase uma hora de duração, os três componentes das FAA desfilaram diante de seu novo comandante.

Anteriormente, Lourenço e o presidente que encerrava o mandato, José Eduardo dos Santos, receberam no palácio presidencial de Cidade Alta os representantes estrangeiros presentes na cerimônia.