Ana Valeska Siebra: Nosso corporativismo é pelo SUS!
“Os meios de comunicação e redes sociais apresentaram registros de mulheres grávidas voltando frustradas de unidades de saúde sem atendimento, outras sem realizar exames de papanicolau e mamografias em pleno mês de outubro, onde as ações para a prevenção do câncer de mama e colo uterino são intensificadas: O outubro deixou de ser Rosa no Brasil”.
Por *Ana Valeska Siebra e Silva
Publicado 23/10/2017 10:39 | Editado 04/03/2020 16:23

No dia 26 de setembro, o Sistema Único de Saúde sofreu um duro golpe diante da liminar proferida pelo juiz da 20ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal, que suspendeu a Portaria No. 2.488/2011, do Ministério da Saúde, que assegura atuação dos enfermeiros em várias atividades, incluindo a solicitação de exames como a mamografia e papanicolau no âmbito da atenção básica.
Esta decisão vai contra todos os princípios doutrinários do SUS e deixa a população brasileira que utiliza este sistema fragilizada, sem atendimento multidisciplinar necessário para a garantia de sua saúde.
Os meios de comunicação e redes sociais apresentaram registros de mulheres grávidas voltando frustradas de unidades de saúde sem atendimento, outras sem realizar exames de papanicolau e mamografias em pleno mês de outubro, onde as ações para a prevenção do câncer de mama e colo uterino são intensificadas: O outubro deixou de ser Rosa no Brasil.
E o que fazer diante de tal cenário, onde tentam tirar a autonomia de enfermeiros para ações que não somente temos respaldos legais, mas também competência técnica para fazer? A resposta: mobilização. Mobilizar não somente enfermeiros de todo país, mas também a população para salvaguardar seus direitos como cidadãos, além de valorizar e fortalecer o exercício da profissão no Brasil.
Felizmente, na noite do dia 18 de outubro, o Tribunal Regional Federal suspendeu a liminar do CFM e os enfermeiros voltaram às suas atividades junto à população brasileira nas unidades de saúde, assegurando-lhes um atendimento seguro, imbuído de respeito e cidadania. Reafirmamos que nosso corporativismo é pelo SUS e o nosso compromisso maior será sempre com a população brasileira.
Que esse Outubro Negro seja página virada na história da saúde do Brasil e que a esperança, como eternizou Sartre, seja nossa concepção de FUTURO!
*Ana Valeska Siebra e Silva é Coordenadora do Curso de Pós-Graduação em Enfermagem Pediátrica da Fametro e presidente da Associação Brasileira de Enfermagem no Ceará
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