“O ódio que você semeia” aborda a violência contra jovens negros

O Geledés – Instituto da Mulher Negra – recomenda o livro O Ódio que você semeia. Escrito por Angie Thomas e publicado pela Galera Record, o romance juvenil é baseado na história real do jovem Oscar Grant, morto por um policial numa estação de metrô na Califórnia (EUA), em 2009.

GELEDES

Usando a história da menina Starr, o livro discute as práticas racistas estadunidenses, a falta de oportunidades e a violência de policiais brancos contra jovens negros. A personagem vive numa comunidade controlada por gangues, onde a maioria da população é negra. Ela vê seu melhor amigo, negro e desarmado, ser morto por um policial branco. Testemunha-chave para o esclarecimento do assassinato, Starr vai depor em uma delegacia onde conhece uma advogada que trabalha para uma instituição de defesa dos negros.

Porém, a jovem estuda em uma escola em outro bairro, onde a maioria dos alunos é branca. Lá, suas melhores amigas são brancas, seu namorado é branco. As contradições surgem, e ela começa a perceber o racismo nas falas de suas amigas e amigos brancos.

Desde cedo, Starr aprendeu que se defender da polícia é não reagir para não ser morta. Em conversa com o pai – um simpatizante dos Panteras Negras, ex-traficante e atual dono de mercado – sobre o racismo e a violência no bairro, a jovem ouve, ”É um sistema feito para ferrar os negros. É mais fácil conseguir crack do que uma boa escola por aqui”.

O blog da Record decreve o livro assim: “as cenas da ficção, narradas em forma de diálogos, são inspiradas na vida real e, guardadas as devidas diferenças de cultura entre os Estados Unidos e o Brasil, poderiam se passar em qualquer comunidade brasileira”.

Angie Thomas nasceu em Jackson, Mississipi (EUA). Foi rapper na adolescência. É bacharel em Creative Writing pela Belhaven University e possui um diploma não oficial em Hip Hop. O ódio que você semeia é seu livro de estreia. O romance será adaptado para o cinema.