Administração Trump facilitará a utilização de armamento nuclear

A administração norte-americana lidera por Donald Trump pretende flexibilizar os limites para a utilização de armas nucleares, assim como criar uma nova ogiva de baixo rendimento que possa ser transportada pelos mísseis balísticos intercontinentais que fazem parte do arsenal dos Estados Unidos

Base militar estadunidense com armas nucleares

Segundo a notícia de terça-feira (9) do jornal britânico Guardian, as medidas constarão na chamada Revisão da Postura Nuclear que o presidente norte-americano deverá apresentar no final de janeiro. 

A informação avançada pelo jornal britânico foi obtida por Jon Wolfsthal, que foi assessor de Barack Obama para o armamento, e que afirma ter tido acesso ao derradeiro rascunho daquilo que será a nova Revisão da Postura Nuclear preparada pelo Pentágono. Segundo Wolfsthal, a Administração Trump pretende criar uma nova linhagem dos mísseis Tridente D5 (projéteis balísticos intercontinentais de longa distância e que podem ser lançados a partir de submarinos) com apenas uma parte da ogiva que normalmente carrega, tornando a sua utilização mais simples. 

Além disso, como conta o jornal Público, outra das medidas que a primeira Revisão da Postura Nuclear que será apresentada em oito anos prevê é a permissão da utilização do armamento nuclear para responder a ataques não-nucleares. Essa possibilidade já havia sido abordada no documento relativo a Estratégia de Segurança Nacional redigida pela Administração Trump e apresentada no final de 2017. Ou seja, era já previsível que o assunto constasse na nova postura nuclear.

O uso de armas nucleares por parte dos Estados Unidos poderá ser ainda mais abrangente, uma vez que está previsto a eliminação do item em que Washington se compromete a não avançar com ataques nucleares contra países que não possuem esse tipo de armamento. Essas medidas são uma reversão, pelo menos parcial, da política de Obama, que tentou reduzir o papel do armamento nuclear na estratégia de defesa dos EUA.

Ainda segundo Wolfsthal, o documento é uma clara mensagem para a Coreia do Norte, China e Rússia. Em tom sugestivo e de ameaça, os Estados Unidos reafirmam seu poder bélico e militar a quem considera seus adversários.