Venezuela repudia ingerência da União Europeia e ofensas de Macron

Em comunicado recente, o governo venezuelano qualificou como “hostis” as declarações do presidente francês, Emmanuel Macron, sobre o país sul-americano, e repudiou a “pretensão arrogante da União Europeia de supervisionar a Venezuela”.

Macron e Macri - MP

Recentemente, Caracas qualificou como “persona non grata” o embaixador da Espanha no país, Jesús Silva Fernández. A decisão foi tomada em função de “contínuos ataques e ingerência recorrentes nos assuntos internos por parte do governo espanhol”, justificou o governo da Venezuela.

Em resposta, a Alta Representante da União Europeia para Política Externa, Catherine Ray, apoiou as sanções aplicadas contra a Venezuela e pediu a Caracas para “reconsiderar” sua posição sobre o embaixador espanhol.

A diplomacia venezuelana, por sua vez, manifestou “seu mais enérgico repúdio face à arrogante pretensão da União Europeia de supervisionar a Venezuela, como se tratasse de uma colônia sob sua tutela”. E pediu para o bloco europeu “se retratar sobre sua declaração ofensiva” e repudiou as “medidas restritivas, coercitivas, unilaterais e ilegais” impostas pela EU contra altos cargos venezuelanos.

Macron, pouco original, ergue a voz ao lado de Macri

Num discurso que peca, antes de mais nada, pela falta de originalidade, o chefe de Estado francês decidiu, na última sexta-feira (26), falar da “deriva autoritária inaceitável do regime” de Nicolás Maduro – algo em que foi apoiado, sem surpresa, pelo presidente da Argentina, Mauricio Macri, de visita a França e ao seu lado numa conferência conjunta no Palácio do Eliseu, em Paris.

O presidente da França, Emmanuel Macron, mostrou-se então favorável à “ampliação” das sanções contra a Venezuela por parte da UE, cuja “eficácia” não questionou, mas considerando que o “impacto” das “sanções individuais contra dirigentes venezuelanos” é “limitado”.

Sendo seu desejo “ir mais além”, Macron defendeu que “a pressão sobre o regime terá efeitos no dia em que estas medidas forem eficazes”. O mandatário francês prosseguiu com acusações variadas contra o governo da Venezuela – que podiam ser ouvidas em Madrid, Washington ou Lima, ou lidas em tanto sítio.

Estas afirmações não passaram desapercebidas ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, que, em comunicado, disse estar preocupado com a atitude do chefe de Estado da França, na medida em que apela à ofensiva contra o país e viola o Direito Internacional.

O governo venezuelano acusa Macron de seguir uma linha de atuação que é “cópia fiel do governo dos Estados Unidos” violando o “princípio da livre determinação dos povos e o da não intervenção nos assuntos internos dos estados soberanos”.