"A rejeição do PSDB é hoje maior que a do PT", admite Maia

Avançando na sua estratégia para postular a vaga de pré-candidato ao Planalto, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou em entrevista à Rádio Eldorado que a população rejeita o PSDB, partido que o DEM é aliado histórico em eleições. Para ele, essa rejeição prejudica a imagem do pré-candidato tucano Geraldo Alckmin, atual governador de São Paulo.

Maia - Marcelo Camargo / Agência Brasil

"A rejeição do PSDB é hoje maior que a do PT, e isso está contaminando a imagem dele [Alckmin]", disse Maia, que realiza ato de lançamento de sua pré-candidatura à Presidência da República na convenção nacional do DEM em Brasília, nesta quinta-feira (8).

"Tenho muitas dúvidas sobre a vitória do PSDB nas eleições", disse.

Maia também desmentiu o discurso do governo de Michel Temer sobre a questão econômica. Afirmou que o sucesso da economia brasileira – retratado na melhora do mercado de trabalho, por exemplo – "ficou na conta" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto que a piora "ficou na conta do governo Temer". "Apesar de Brasil já estar crescendo, não existe uma sensação de melhora por parte da sociedade", disse.

Na linha de se colocar como alternativa, Maia afirmou que o ciclo político de polarização entre PT e o PSDB chegou ao fim e disse que os partidos de centro-direita não podem deixar espaço aberto para a esquerda.

"Se não conseguirmos uma alternativa, vamos entregar a eleição novamente para a oposição, seja o PT, o Ciro Gomes, que têm uma visão atrasada sobre a economia", avalia.

Ao ser questionado vai ser o candidato que vai defender o governo de Michel Temer, Maia desconversou e disse apenas que irá defender propostas relacionadas ao atual governo sempre que forem "convergentes" com o seu projeto.

"Um candidato que defende o atual governo estará defendendo o passado, não o futuro, (…) e terá poucas chances de vitória", declarou.

Maia tem buscado manter uma distância do governo, numa tentativa de demonstrar independência. Na entrevista, ele disse que Temer vai ter dificuldade de "colocar um candidato nesse jogo" eleitoral.