Homem retira faixa da AdUFRJ que criticava Intervenção no Rio

 Neste sábado, 3 de março, um homem retirou a faixa da Associação de Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (AdUFRJ) que criticava a intervenção militar no estado.

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A faixa que foi construída pelo diretor de arte e caricaturista, André Hippertt, foi colocada no muro do Canecão nesta quinta-feira. 1 de março. A ilustração é uma versão de um famoso desenho do artista urbano e ativista político Banksy, que fica exposto em Israel. Na imagem original, o soldado israelense é revistado por uma menina palestina. Hippertt publicou em suas redes sociais uma declaração sobre o lamentável incidente:

“"O próprio Secretário de Segurança admite que o confronto e a ocupação nas favelas não vai resolver o problema, mas os intolerantes chegaram ao limite. Arrancaram a faixa do muro da UFRJ e nem se deram ao trabalho de saber o que significa. Se isto não é uma radicalização antidemocrática não sei mais o que é", afirmou o caricaturista.

Através das redes sociais, a Associação de Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (AdUFRJ), emitiu uma nota repudiando o episódio de vandalismo. O texto afirma que:

“A AdUFRJ repudia veementemente os atos de vandalismo praticados pelos ‘valentes cidadãos’ mostrados abaixo. Ações como essa mostram que a Inversão da Intervenção, mais do que necessária, é urgente para reconstituição de nossa democracia. Intolerantes não passarão. Paz e democracia. #InverteraIntervencão”.

Em entrevista, a presidente da AdUFRJ, professora Maria Lúcia Werneck, também falou sobre o caso e salientou que:

“Nós colocamos a faixa como uma tentativa de chamar a atenção para a ideia de que há outros graves problemas que não estão sendo abordados, para chamar a atenção para a importância da questão da integração social, da saúde, da educação, da geração de emprego; problemas que não estão sendo abordados. (…) É preciso chamar a atenção para a necessidade de investimentos sociais e para a necessidade de acharmos soluções que sejam mais adequadas para o problema da segurança, soluções que não sejam só militares, mas que sejam mais amplas”.