AL celebra Dia Internacional da Mulher e homenageia cearenses
A Assembleia Legislativa do Ceará promoveu, na última quarta-feira (07), durante o segundo expediente da sessão plenária, homenagem ao Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março. A cerimônia foi iniciativa da bancada feminina da Casa, composta pelas deputadas Fernanda Pessoa (PR), Augusta Brito (PCdoB), Mirian Sobreira (PDT), Dra. Silvana (MDB), Bethrose (PMB), Aderlânia Noronha (SD) e Rachel Marques (PT).
Publicado 08/03/2018 21:17 | Editado 04/03/2020 16:23
Durante o evento, 19 mulheres que se destacaram na luta em defesa dos direitos das mulheres foram homenageadas com a entrega de placas.
A presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Mulher, deputada Fernanda Pessoa, destacou a importância da data "para lançarmos luz sobre o papel da mulher na sociedade e sobre sua participação na vida política”. Segundo ela, pesquisas apontam a existência de grandes desafios para a mulher, tais como a colocação no mercado de trabalho, no acesso à saúde, no combate à violência doméstica, no direito à moradia e à educação e pela igualdade nos espaços de poder. “Por isso, pedimos aqui um olhar mais sensível dos governantes, dos empresários, dos gestores, enfim, de todos que compõem nossa sociedade, para que voltem seus esforços nesse sentido”.
A deputada Augusta Brito, procuradora da mulher, disse que a data representa “um dia para lutar contra a violência, o estupro e o machismo. E também pela garantia de emprego digno, pela manutenção dos direitos trabalhistas, contra o desmonte da Previdência e por poder viver sem temer”.
Já a deputada Mirian Sobreira pontuou que os dois maiores desafios das mulheres brasileiras são combater a violência e a baixa representatividade na política. Para ela, a violência contra o gênero é considerada a maior preocupação. “Nesse final de semana, dez mulheres foram assassinadas no Ceará e de forma cruel”, citou. Em relação à participação da mulher na vida pública, lembrou que é por meio da política que todas as decisões são tomadas.
A deputada Bethrose (PMB) afirmou que as mulheres devem ser mais reconhecidas pela dedicação em suas atividades diárias. “As mulheres têm multifunções. Preparadas para mudar o Brasil desigual, nós queremos exaltar mais que a beleza, queremos o reconhecimento do mundo real, pela batalha cotidiana, o olhar estratégico e atuação no Poder Público. O dia 8 de março é uma luta de igualdade de gênero, é a oportunidade de discutir a participação das mulheres no mundo”, cobrou.
A deputada Rachel Marques (PT) disse que o Dia Internacional da Mulher é celebrado em um momento de mobilização no mundo inteiro. Conforme a parlamentar, a data marca a luta contra a desigualdade, a injustiça e também o combate às reformas trabalhista e previdenciária do Governo Federal, que, segundo ela, têm tirado os direitos dos trabalhadores, principalmente das mulheres. “As mulheres têm sido protagonistas; temos ido às ruas porque somos contra as reformas trabalhista e previdenciária, que, atingem mais as mulheres”, enfatizou.
A deputada Dra. Silvana (MDB) enalteceu o fato de o Legislativo cearense contar com sete mulheres na sua representação parlamentar. Ela parabenizou o governador Camilo Santana por ter nomeado a deputada Mirian Sobreira (PDT) para comandar a Secretaria Especial de Combate às Drogas, "cargo que ela exerceu de forma exemplar". Também destacou a participação das demais mulheres parlamentares na Casa e o papel de Germana Amaral, presidente da União da Juventude Socialista, como liderança nova na defesa dos direitos das mulheres, e da professora Zelma Madeira, pela garra na luta em defesa das mulheres negras.
Em nome das homenageadas, a socióloga Nágyla Maria Galdino Drumond, secretária executiva na Secretaria Estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Secitece), afirmou que as mulheres não estão "enfiadas" no trabalho doméstico, desempenhando o papel da maternidade e trabalhando de 10 a 12 horas no campo por destino ou louvor. "Estamos separadas pelo capital, que quer decidir sobre nossos corpos e nossas vidas. Somos negras, lésbicas, homossexuais e transexuais. Não queremos nenhum tipo de interdição nos nossos corpos e em nossas vidas", ressaltou.
Ela acrescentou que ter marido, ser companheira e esposa, ter filhos e uma família são escolhas. Nágyla Galdino falou ainda da luta das mulheres contra a violência. "Ao longo dessa sessão, não sabemos quantas mulheres morreram ou foram estupradas pelo simples fato de serem mulheres", informou.