Como os EUA tentam acabar com o Hezbollah

Depois de várias tentativas fracassadas de aniquilar o movimento de resistência libanês, os EUA procuraram tirar o Hezbollah do caminho com ofertas milionárias de dinheiro

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Sayyed Hassan Nasrallah afirmou no domingo (8) que os EUA, Israel e os seus aliados regionais "têm conspirado contra o movimento de resistência desde que, em 2000, o sul do Líbano foi libertado da ocupação israelense". 

As declarações do secretário-geral do Hezbollah, transmitidas pela cadeia televisiva Al-Manar, foram proferidas em um comício eleitoral na cidade de Nabatiyeh, no sul do país. As eleições parlamentares libanesas estão marcadas para dia 6 de maio.

"Na sequência da vitória de 2000 sobre o inimigo israelense, este percebeu, tal como os Estados Unidos, que o verdadeiro poder do Líbano reside na sua resistência, que conseguiu bloquear o termo da ocupação israelense – que durava desde meados dos anos 80 – sem quaisquer condições", afirmou, citado pela Press TV.

De acordo com Nasrallah, o então vice-presidente norte-americano, Dick Cheney, atribuiu ao jornalista americano-libanês George Nader a missão de apresentar uma oferta ao Hezbollah que levasse o movimento a renunciar à resistência e a cooperar com Israel.

A oferta de milhares de dólares foi repetida pelos norte-americanos e realizada também por algumas potências ocidentais após a retirada das tropas sírias do Líbano, em 2005, numa tentativa de desarmar o Hezbollah.

Com a tentativa de suborno frustrada, no ano seguinte os israelenses voltaram a invadir o Líbano – e voltaram a ser derrotados pela resistência libanesa.

Nasrallah, que enalteceu a luta do povo palestino contra as forças ocupantes israelitas, chamou a atenção para as várias tentativas de fomentar a discórdia no país, incluindo um conflito entre o Exército libanês e o Hezbollah, sublinhando que o exército é "a garantia da resistência" no Líbano.

Salientando que o "principal objetivo da guerra contra a Síria é minar o eixo da resistência na região", Sayyed Nasrallah disse ainda que "o inimigo israelense é o primeiro desafio que o povo do sul do Líbano e de Bekaa Ocidental enfrentam".

Israel continua a construir o muro na fronteira

Também no domingo (8), responsáveis da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL na sigla em inglês) confirmaram que Israel prossegue a construção de um muro na fronteira com o Líbano.

O ministro libanês da Defesa, Yacoub Sarraf, denunciou em comunicado a construção do muro, bem como as repetidas violações, por parte de Israel, do espaço aéreo libanês. As autoridades libanesas afirmam que o muro viola a sua soberania, uma vez que atravessa o seu território nacional.

No comunicado, o ministro pede à comunidade internacional que "esteja ao lado do Líbano para abater a arrogância israelita, que mina a segurança e a estabilidade [do país]".