Tribunal de paz na Colômbia revisará caso de Jesús Santrich
A Jurisdição Especial para a Paz (JEP) da Colômbia assumirá a partir dessa quinta-feira (12) o caso do dirigente da FARC Jesús Santrich, preso na última segunda-feira (9) por solicitação da embaixada dos Estados Unidos
Publicado 12/04/2018 16:00
O referido tribunal confirmou que iniciará os trâmites correspondentes depois de receber a petição da defesa de Santrich, integrante do Conselho Político Nacional da Força Alternativa Revolucionária do Comum (FARC).
A presidenta da JEP, Patricia Linares, explicou à Caracol Rádio da Colômbia que a partir do momento que a Promotoria entregue o material supostamente probatório das acusações de narcotráfico que lhe imputam terá um tempo de 120 dias para analisá-lo.
Linares pontuou que se os crimes que lhe atribuem foram cometidos antes da assinatura de paz, o caso será remetido à sala de Reconhecimento de Verdade e Responsabilidade, não sendo admissível sua extradição aos Estados Unidos.
Segundo Gustavo Gallardo, advogado de Santrich, deve ser decretado a nulidade de toda ação; isto é, da captura, da busca e apreensão, pois foi realizada por uma autoridade judicial que não tinha autoridade para isso (a promotoria). A competência sempre foi da JEP, explicou.
"Santrich continua comprometido com a JEP e segue comprometido com a paz", declarou Gallardo à imprensa nesta capital.
Para o partido da FARC, a detenção de Santrich faz parte de um plano orquestrado pelo governo estadunidense com a colaboração da promotoria local e constitui uma péssima mensagem para os ex-guerrilheiros que deixaram as armas para apostar por uma Colômbia em paz.