Trabalhadores permanecem mobilizados em 4º dia de Greve

 

Presidente do SindMetal

No 4º dia de paralisação geral dos trabalhadores da Freeart-Seral (Jaguariúna), a empresa se manifestou ontem (18) mas sem perspectiva de solucionar os problemas imediatamente. Para o presidente do SindMetal, José Francisco Salvino – Buiú, inúmeras tentativas de negociação já foram feitas nos últimos meses, entretanto, sem sucesso. “Não é de hoje que a empresa vem apresentando problemas e os trabalhadores estão a cada dia mais descontentes se queixando ao Sindicato”, afirma.

Após o Sindicato insistir em uma reunião para estudar as possibilidades de como proceder em relação aos diversos prejuízos aos trabalhadores, a empresa cedeu à reunião exigida pela entidade. Conforme explica o presidente do SindMetal, representantes da empresa estiveram ontem (18) no Sindicato informando que estão vendendo um de seus maquinários e que este dinheiro obtido seria suficiente para quitar a dívida com os funcionários. “Também informaram que irão vender uma linha de produção para cumprir com as obrigações. Mas nós, dirigentes sindicais, estamos realmente preocupados com essa incerteza dos pagamentos, pois ao nosso ver está caminhando para resultados ainda piores”.

A EMPRESA

A Freeart-Seral é uma metalúrgica especializada na fabricação de equipamentos para a exposição e funcionamento de supermercados. Atende às grandes redes do comércio varejista. Em seu site, ela apresenta com orgulho o seu portfólio de produtos, as linhas de produção, o estoque de matéria prima e os produtos para o pronto atendimento aos clientes. Com destaque, fala da qualidade de seus profissionais, dos técnicos e do desenvolvimento e qualidade de seus produtos.

“Lamentavelmente, apesar de atribuir a si mesma todas estas qualidades, deixa a desejar quanto ao atendimento das necessidades básica dos trabalhadores na relação capital – trabalho”, se queixa Buiú. Conforme ele explica, até o momento, a empresa não pagou os salários do mês de março, o que deveria ter ocorrido no dia 5/3.

Os atrasos têm sido frequentes, mas agora, quase dois meses depois, a situação ainda é mais grave: Em comunicação informal aos trabalhadores, a empresa se manifestou avisando que o adiantamento previsto legalmente para o dia 20 também não será pago. “Imagina estes trabalhadores todos sem conseguir pagar aluguel, as contas da casa, a situação que eles se encontram”.

SUCESSIVAS QUEIXAS

Não é de hoje que a empresa vem causando transtornos aos trabalhadores. O SindMetal, representante legal destes trabalhadores, já vem denunciando as irregularidades que cercam a gestão de pessoal há um bom tempo. “Demissões cujas homologações são feitas tendo o parcelamento dos pagamentos, e que nem sempre tem os prazos respeitados, assim como a falta de depósito obrigatório do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS são, entre outros, de prática corriqueira”, explica Buiú.

Havia em 2017 cerca de 300 trabalhadores na planta da empresa em Jaguariúna, no entanto, alegando problemas de demanda, este número foi reduzido para pouco mais 50 trabalhadores.

Na semana passada o sindicato encaminhou pauta para a direção da empresa, cobrando o acerto dos salários atrasados e fixando outras condições para a continuidade do trabalho. Comunicou ainda, que se no prazo legal, não houvesse o imediato pagamento de salários atrasados, os trabalhadores iriam paralisar suas atividades entrando em greve até que se solucionasse o problema, fato que permanece no impasse até o momento.

MANIFESTO DE PARALISAÇÃO

Conforme a deliberação da assembleia dos trabalhadores, também não ocorreu o pagamento até a sexta (13) às 18 horas, e assim iniciou-se a GREVE no dia 16 de abril, com início no turno das 7h.

Nesta quinta, dia 19, segue mantida a greve por não haver qualquer solução imediata por parte da direção da empresa. Os trabalhadores estão de prontidão na portaria aguardando a evolução dos acontecimentos.

“A revolta entre eles é visível, pois alegam que dão o máximo de si para o desenvolvimento do seu trabalho, mas a empresa os trata com o maior desrespeito, sequer manifestando qualquer intenção de dar cabo da situação negativa existente”, afirma Buiú.

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